O Programa Mundial de Alimentos (PMA), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou a estimativa de que 45% da população da Ucrânia esteja sofrendo o risco de não ter o que comer. Segundo o PMA, a falta de comida é uma das principais preocupações dos ucranianos, junto com a insegurança causada pelos ataques russos e com a grave restrição de acesso a combustíveis para os transportes.
A agência da ONU, que está procurando fornecer mantimentos suficientes para ao menos 3 milhões de pessoas no país durante um mês, estima que um quinto dos ucranianos já vem cortando refeições para priorizar a alimentação das crianças.
As estruturas para o fornecimento de comida na Ucrânia estão gravemente prejudicadas. Trens e caminhões foram destruídos, aeroportos foram bombardeados, rodovias e pontes estão intransitáveis e muitos depósitos e supermercados ficaram vazios.
A maior preocupação, naturalmente, é com as famílias que vivem nas áreas de combate, principalmente em Mariupol, que sofreu os ataques mais devastadores e aonde nenhum tipo de ajuda humanitária pôde chegar desde o início da guerra, há mais de um mês.
Outras cidades em situação grave são Kharkiv, Odessa, Dnipro e Sumy, além da própria Kiev. O sítio a essas regiões, porém, é parcial e, portanto, alguns meios de transporte comercial ainda conseguem alcançá-las. Em 18 de março, por exemplo, Sumy recebeu um primeiro trem com 130 toneladas métricas de refeições prontas, alimentos enlatados, suprimentos médicos e água potável, em quantidade suficiente para 35 mil pessoas. Em Kharkiv, o PMA forneceu 250 mil unidades de pão fresco, ou 133 toneladas. A agência está enviando estoques de alimentos também para Dnipro, Vinnytsia e Kirovohrad.
Em Lviv, no oeste do país e em situação relativamente mais segura, o PMA distribuiu cupons alimentares para uso nos mercados que ainda estão abertos.