1. CONFUSÃO NO CONCEITO DE "GUERRA JUSTA"
"O direito de defender a própria vida, o próprio povo e o próprio país envolve por vezes também o triste recurso às armas", o Papa Francisco deixou o seu Secretário de Estado, Cardeal Parolin, dizer sobre a resistência ucraniana à invasão russa. No entanto, segundo o vaticanista Sandro Magister, que é frequentemente crítico do Papa, a doutrina católica sobre paz e guerra, tal como aparece no Catecismo da Igreja Católica, que legitima o uso da força em certos casos, tem sido seguida com Francisco. Segundo o pontífice argentino, a guerra pode ser travada para defender a vítima de agressão, como um mal menor, mas a noção de uma guerra "justa" já não é aceitável. Esse conceito causa confusão. Numa entrevista ao jornal Domani, o cardeal italiano Matteo Zuppi, que é próximo de Francisco, disse "um pouco de tudo". Ele disse que "nenhuma guerra é justa" e que "numa situação de conflito aberto e trágico como a que estamos a ver, há o direito de nos defendermos". A doutrina clássica estabelecida por João Paulo II pode precisar de ser parcialmente revista, mas é ainda mais linear, diz o estudioso do Vaticano.
Settimo Cielo, inglês
2. ARCEBISPO PAGLIA QUER RECONCILIAR OS CATÓLICOS AMERICANOS DIVIDIDOS
Será o Arcebispo Paglia capaz de aliviar as tensões entre os católicos americanos? O presidente da Academia Pontifícia para a Vida está atualmente nos Estados Unidos "na esperança de desarmar posições", relata o órgão de comunicação social jesuíta America. O arcebispo italiano, que tem agendado se encontrar com vários líderes da Igreja Católica, quer promover a voz do Papa Francisco. "Nós, crentes, somos todos contra o aborto, claro, mas para sermos credíveis temos de afirmar que somos contra aniquilar crianças, contra a pena de morte, contra a guerra, contra o abandono e o descarte dos idosos", disse ele antes de chegar a solo americano. E para lembrar que "não se pode defender um pé sem defender o corpo inteiro".
America, inglês
3. BISPO EUGENIO COTER ASSUME COMO REPRESENTANTE DOS BISPOS AMAZÔNICOS
O Bispo Eugenio Coter, Vigário Apostólico de Pando, Bolívia, foi eleito para a presidência da Conferência Eclesial da Amazónia (CEAMA), como representante dos bispos amazónicos. Entrevistado por Iglesia viva, o site oficial do episcopado boliviano, ele detalha os desafios que esta organização criada como resultado do Sínodo da Amazônia organizado no Vaticano em Outubro de 2019, sob o impulso do Papa Francisco. O objetivo do CEAMA é propor acções concretas para "animar o trabalho de cada comunidade e de cada território", explica. Este "caminho de comunhão" vivido em ligação com a REPAM (a Rede Eclesial Pan-Amazônica) quer estimular a participação de todos. A assunção de responsabilidade pelos leigos é encarnada em particular por um co-presidente, Mauricio López, de origem mexicana, que foi nomeadamente director da Cáritas Equador. O objetivo é desenvolver "uma visão da humanidade em comunhão com a natureza e em fidelidade ao plano de Deus".
Iglesia Viva, espanhol
4. NO PAQUISTÃO, UM GRUPO DA SOCIEDADE CIVIL APELA AO GOVERNO PARA PROTEGER AS MINORIAS RELIGIOSAS
"Há uma necessidade urgente de o governo adotar medidas específicas e um plano de ação nacional para combater o extremismo, a violência e a perseguição das minorias", disse o Centro para a Justiça Social (CSJ) do Paquistão numa declaração após o assassinato de Pooka Kumari, uma rapariga hindu que resistiu ao rapto, à conversão forçada, e ao casamento forçado. O assassinato "foi amplamente condenado pela sociedade civil e por indivíduos dos meios de comunicação social e da corrente dominante", diz a declaração, ao deplorar "o fracasso do governo em enfrentar a violência baseada no gênero e a violência relacionada com a religião no país". O CSJ enfatiza o problema dos casamentos forçados e conversões, relatando pelo menos 78 casos destes últimos em 2021, afetando 39 raparigas da comunidade hindu, 38 mulheres cristãs e 1 Sikh. Os líderes do CSJ lamentam que estes "incidentes tenham aumentado 80% desde 2020".
Fides, inglês
5. COMO A RELIGIÃO AJUDA OS RAPAZES DAS FAMÍLIAS DA CLASSE TRABALHADORA A PROSSEGUIREM EM SUA EDUCAÇÃO
A Dra. Ilana M. Horwitz, socióloga da Universidade de Tulane, passou quase 10 anos a estudar o impacto da religião na educação (especialmente os cristãos, uma vez que são a religião mais prevalecente nos EUA). Na sua pesquisa junto a 3.290 adolescentes, ela descobriu que os rapazes da classe trabalhadora que cresceram em lares religiosos tinham o dobro da probabilidade de obter os seus diplomas de bacharelato, em comparação com os rapazes de famílias sem religião. 21% dos adolescentes religiosos trouxeram para casa boletins preenchidos com As, em comparação com 9% dos seus pares de famílias sem participação religiosa. A conclusão do Dr. Horwitz é que a religião é um alívio do medo que muitos homens da classe trabalhadora sentem por terem menos oportunidades profissionalmente. Pertencer a uma comunidade religiosa pode também trazer redes e conexões que podem ajudar educativa e profissionalmente, explica o artigo.
The New York Times, inglês