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General ucraniano oferece a própria vida para salvar crianças de Mariupol

Generał policji Wiaczesław Abroskin

Fot. Facebook | VyacheslavAbroskin

Karol Wojteczek - publicado em 01/04/22

O oficial prometeu se entregar como prisioneiro de guerra em troca da evacuação das crianças da cidade sitiada pelas tropas russas

O general da polícia da Ucrânia, Vyacheslav Abroskin se predispôs a se entregar como prisioneiro de guerra em troca da evacuação de crianças de Mariupol.

Abroskin escreveu em sua conta do Facebook: “Hoje restam muitas crianças na cidade completamente destruída que, se não forem salvas agora, morrerão nos próximos dias, o tempo está se esgotando. Faço um apelo aos ocupantes russos: deem a oportunidade de retirar crianças de Mariupol; em vez de crianças ainda vivas, ofereço a mim mesmo. Sim, peço-lhes que me deixem entrar em Mariupol para coletar crianças e organizar sua evacuação. Eu preciso de três dias na cidade. No último posto de controle, ao voltar com as crianças, eu me entrego ao cativeiro. Minha vida pertence somente a mim, e a ofereço em troca da vida das crianças que ainda permanecem em Mariupol”.

O general serviu por quatro anos na linha de frente após o início da guerra em Donbass, em 2014. Como consequência, ele aparentemente está na lista de alvos dos russos a serem “eliminados”. Por sua própria admissão, as forças invasoras já fizeram tentativas em sua vida.

Desde que o General Abroskin lançou seu apelo, em 24 de março, outros ucranianos que servem o exército e a polícia da Ucrânia se apresentaram, prontos a entregar as próprias vidas para salvar as crianças de Mariupol.

A proposta do general foi feita horas antes que as autoridades da cidade anunciassem o número de mortos do bombardeio a um teatro local na semana passada, que deixou 300 civis mortos. O prédio tinha virado um abrigo anti-bombas.

A situação em Mariupol

Mariupol, cercada há quase um mês, está sem abastecimento de água, eletricidade, gás, medicamentos e alimentos. Cerca de 90% dos prédios da cidade foram danificados, 30% dos quais foram demolidos. Até o momento, apenas cerca de 30.000 moradores foram evacuados. Nos últimos dias, houve relatos de pessoas morrendo na cidade devido à fome e desidratação.

Em 16 de março, o Tribunal Internacional de Justiça em Haia declarou ilegal a agressão russa contra a Ucrânia e exigiu que ela terminasse imediatamente. Uma queixa de crimes de guerra cometidos pela Rússia está pendente perante o Tribunal Penal Internacional. A Rússia é suspeita de ter cometido 2.427 desses crimes desde que a invasão começou. Representantes russos não compareceram até agora na audiência das partes perante o Tribunal.

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