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Espiritualidade
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A vida e a espiritualidade de Charles de Foucauld 

Charles de Foucauld

Antoine Lorgnier / AFP

Vanderlei de Lima - publicado em 03/04/22

Obra retrata as raízes históricas e canônicas da vida eremítica e como a vive, hoje, um eremita de Charles de Foucauld

De modo resumido, claro e profundo – que com poucas, mas substanciosas palavras se vai ao essencial –, foi lançada, pela Cultor de Livros, a nossa obra “Vida e espiritualidade de Charles de Foucauld & Regra de vida eremítica”.

O livro começa apresentando um resumo da vida de Charles de Foucauld (1858-1916), e o grande milagre aceito para a sua canonização, no próximo dia 15 de maio. Isso posto, a obra passa às raízes históricas e canônicas da vida eremítica e como a vive, hoje, um eremita de Charles de Foucauld. “Cada eremita tem um modo próprio de se manter. Para nós, a Regra de vida recomenda o trabalho (revisão e/ou tradução), a venda de livros e também a possibilidade de receber doações de benfeitores (é preciso sentir-se pobre e dependente de Deus e do próximo)” (p. 34). 

Espiritualidade do eremita

Os capítulos seguintes tratam dos grandes pontos da espiritualidade do eremita do Saara: o mistério da Encarnação, a Santa Missa, a adoração eucarística, a Liturgia das Horas, a estima pela Palavra de Deus, o trabalho como ascese e meio de subsistência material e o desejo do penúltimo lugar. Cabe aqui indagar: por que o penúltimo e não o último lugar? – Porque “Cristo escolheu o último lugar de tal maneira que ninguém conseguiu tirar-lhe”. Mais: “Alguns pensam que esta afirmação é do nosso eremita, mas não; ele a ouviu do Padre Huvelin – o responsável humano por sua conversão e seu diretor espiritual por longos anos – e fez dela um de seus grandes propósitos de vida” (p. 61).

Seguindo, porém, a bela espiritualidade de Foucauld, vem um capítulo sobre a importância de estarmos sempre, por graça de Deus, preparados para a entrega total da vida a Deus pelo martírio e outro tratando da obediência à Igreja e ao diretor espiritual. Afinal, era muito preciosa ao nosso monge sem mosteiro a exortação de Cristo, no Evangelho, a dizer: “Quem vos ouve a mim ouve” (Lc 10,16). Pode-se falar ainda que Foucauld foi o eremita da acolhida. Diz ele: “Desde o dia 15, quando a casinha de hóspedes ficou pronta, todos os dias temos hóspedes para jantar, dormir, almoçar… Ela nunca ficou vazia. Chegamos a ter onze, numa certa noite, sem contar um ancião enfermo que já tem lugar fixo. Frequentemente, recebo de 60 a 100 visitas por dia, se não todos os dias” (Irmãzinha Annie de Jesus. Charles de Foucauld: nos passos de Jesus de Nazaré. São Paulo: Cidade Nova, 2004, p. 59). A obra realça também o especial apreço de Foucauld pelos escravos, pobres e militares (aqui se incluem, para nós, todos os que atuam na área da segurança).

Devoções

Tratamos, igualmente, no livro, de duas devoções muito preciosas ao nosso eremita do Saara: ao Sagrado Coração de Jesus e à Virgem Maria. “Eis como podemos entender o apreço de nosso santo para com o Rosário (a coroa de rosas oferecida por nós à Santíssima Virgem), o Angelus (a saudação mariana repetida três vezes ao dia, às 6, 12 e 18 horas) e as festas marianas ao longo do ano litúrgico” (p. 91).

Por fim, vem a “Regra de Vida Eremítica” que, com a graça de Deus e a aprovação da Igreja, procuramos viver. Ela constitui como que um segundo livro em 58 pontos. Nas páginas finais, há ainda três orações recomendadas por Foucauld, sendo duas de sua própria autoria e uma do Papa Leão XIII.

Prefácio do cardeal Orani Tempesta

No prefácio, o cardeal Dom Orani João Tempesta, O. Cist., arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, escreve: “Por ocasião da proximidade da canonização daquele que foi chamado de ‘monge sem mosteiro’, o Ir. Vanderlei de Lima, eremita de Charles de Foucauld na Diocese de Limeira (SP), com votos solenes desde 2016, portanto, seu filho espiritual, escreveu esta obra, ‘Vida e espiritualidade de Charles de Foucauld & Regra de vida eremítica’, que agora, com alegria, prefacio. […] Envio uma bênção especial a cada pessoa em cujas mãos esta obra chegar” (p. 13-15).

É um livro para ser lido e meditado por todas as pessoas de boa vontade. Para mais informações e pedidos clique aqui.

A vida e a espiritualidade de Charles de Foucauld 
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