O eleitor cristão que vota em candidato pró-aborto peca gravemente, afirmou dom Adair José Guimarães, bispo de Formosa, GO.
Em mensagem publicada pelo site oficial da diocese, o prelado recomendou que os católicos fiquem “atentos a candidatos na política que defendam a legalização do aborto, pois não podemos ter como representantes aqueles que promovem, nos discursos, o assassinato de inocentes como questão de saúde pública”.
Dom Adair acrescentou, em alerta contra a postura de qualquer candidato pró-aborto:
“Não cabe ao homem e, tampouco, ao ente político, definir quais vidas devem ser eliminadas, como não cabe aos mesmos a criação de quaisquer vidas”.
O bispo goiano declarou que é perceptível, hoje, o que descreveu como uma “retomada da promoção da lógica da morte, através do incentivo e promoção da prática do aborto com amparo jurídico em diversos lugares do mundo, bem como nos discursos de lideranças políticas influentes”.
Ele citou o caso da vizinha Colômbia, que recentemente aprovou o assim chamado aborto livre até a 24ª semana de gestação. A Colômbia também aprova a eutanásia. No tocante ao livre extermínio de bebês em gestação, o país se junta a outros latino-americanos como a Argentina e o México, onde, sob governos de viés esquerdista, a prática foi liberada ou expandida nos últimos meses.
Dom Adair alerta para o fato de que, no Brasil, cenário semelhante pode concretizar-se por meio da aprovação da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 442, que promove a descriminalização do aborto pela via judicial. A ADPF 442 foi protocolada pelo PSOL em 2017 no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que o aborto no Brasil seja descriminalizado até a 12ª semana de gestação.
Para o bispo, tem havido uma “revolução cultural materialista” ao longo das últimas décadas, favorecendo “a disseminação de uma falsa compreensão da pessoa humana como um todo, relativizando a consciência moral e desumanizando o ser humano”. Ele acrescenta:
“Essa revolução tenta favorecer a compreensão de que o brado contra o aborto é uma visão apenas religiosa, prescindindo, no debate, da sã filosofia e da própria lógica e tentando criar uma espiral de silêncio quanto a este assunto”.
Dom Adair destacou:
“A defesa da vida desde sua concepção até seu declínio natural extrapola a questão religiosa (…) O direito à vida tem por fundamento a lei natural, um conjunto de normas que já nascem incorporadas ao homem, independentemente da existência de crenças ou religião”.
Enfatizando que a o pecado “é ainda mais grave” no caso de um eleitor cristão que escolhe um candidato pró-aborto, o bispo de Formosa exortou os católicos a ficarem de olho nos grupos que promovem a “cultura da morte” e a “matança dos inocentes ainda no ventre materno”.
Em contrapartida, dom Adair também incentivou os católicos a apoiarem o movimento pró-vida:
“A consciência da inviolabilidade da vida humana representada no direito do nascituro à vida seja nossa motivação para ajudar a promover a ‘cultura da vida’, o dom da maternidade e a proteção dos pequeninos de Deus”.