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Jesus sofreu abuso sexual na Paixão? Pe. José Eduardo responde a tese provocativa

THE PASSION OF THE CHRIST

Photo by Philippe Antonello. - © 2003 Icon Distribution Inc.

Pe. José Eduardo - Reportagem local - publicado em 13/04/22

"…fruto de uma mente podre que procura sexualizar o que há de mais sacrossanto, na contramão não apenas de todos os textos bíblicos, que não insinuam absolutamente nada disso, mas de todos os comentadores de todos os tempos"

Repercutiu no Brasil, nesta semana, uma matéria publicada na imprensa paulista sobre os estudos de um teólogo inglês que alega que Jesus teria sofrido abuso sexual quando era torturado na Sexta-Feira Santa.

A tese, cujos embasamentos foram amplamente questionados, causou repulsa entre os cristãos, intensificada pelo oportunismo da publicação da matéria provocativa em pleno início da Semana Santa.

Entre as muitas reações de repúdio tanto à tese quanto à matéria veiculada na imprensa, apresentamos a seguir a resposta escrita pelo padre brasileiro José Eduardo Oliveira, doutor em Teologia Moral e pároco da Paróquia São Domingos, na diocese de Osasco.

Pe. José Eduardo responde a tese provocativa

O pe. José Eduardo escreveu em sua rede social:

“A gente precisa reconhecer que, às vezes, satanás se supera!… Não bastassem todas as blasfêmias com as quais os cristãos são afrontados diariamente – cristão não tem um dia de paz neste mundo depravado –, justo no início da Semana Santa, quando a Igreja piedosamente se recolhe para meditar os mistérios da Paixão do Senhor, a Folha nos brinda com um artigo de péssimo gosto.

O texto é um resumo escrito por um ‘jornalista e crítico musical’ (sic!) de um artigo que recolhe estudos de um teólogo inglês que afirma que Nosso Senhor Jesus Cristo teria sofrido abuso sexual durante a sua Paixão”.

Hipótese esdrúxula

Sobre o teor das especulações chocantes, o padre observa:

“Além do esdrúxulo da hipótese em si (de fato, imaginar que a cena da flagelação tenha uma conotação sexual é simplesmente projetar retroativamente na cena as fantasias da parafilia sádica), mais esdrúxulo é o caminho especulativo pelo qual o autor tenta sustentar o seu arremedo de tese: ele parte das torturas sexuais sofridas por uma médica em El Salvador no ano de 1983 como base para reler a Paixão de Cristo (sic!)”.

Metodologia questionável

O sacerdote também registra o peso de um aspecto determinante da metodologia usada:

“Passando por alto o anacronismo grotesco (o qual é o método mesmo da argumentação e não um erro de passagem), o autor não esconde que se vale da metodologia característica da teologia da libertação, que procura enxergar o texto bíblico à luz dos fatos atuais, e não o contrário (sem perceber, oh raios, que a interpretação de um texto passado não pode depender de um fato futuro; por definição, isto é impossível)”.

Falta de embasamento

O pe. José Eduardo prossegue:

“Aqui, perguntar-se pela plausibilidade da hipótese é apenas uma pegadinha. O caminho percorrido para aventá-la é simplesmente ilógico e sua excogitação é tão somente um exercício imaginário, fruto de uma mente podre que procura sexualizar o que há de mais sacrossanto, na contramão não apenas de todos os textos bíblicos, que não insinuam absolutamente nada disso, mas de todos os comentadores de todos os tempos”.

Conjecturas sado-pornográficas

O sacerdote brasileiro finaliza:

“A tentativa de erotização da Paixão de Cristo obedece tão somente a uma intenção dessacralizadora. Não há fato algum aí relatado, apenas conjecturas sado-pornográficas, incongruentes com a santidade do Mistério da Cruz”.

Não é, nem de longe, a primeira polêmica forçada e infundada sobre suposições de natureza sexual a respeito de Jesus. Confira ainda:

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Abusos SexuaisHistóriaIdeologiaJesus
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