Quinta-feira, 14 de Abril de 2022
1 – Semana Santa no Iraque, um sinal do lento regresso dos cristãos
2 – Vítima e carrasco juntos, o escândalo da paz na Via Sacra no Coliseu
3 – Ucrânia, sintoma da derrota do cristianismo, de acordo com Andrea Riccardi
4 – O salesiano mais velho do mundo morreu em São Paulo
5 – Arcebispo de Cantuária reage a memorial controverso
1. SEMANA SANTA NO IRAQUE, UM SINAL DO LENTO REGRESSO DOS CRISTÃOS
A celebração do Domingo de Ramos assumiu um significado especial no Iraque este ano, particularmente na cidade cristã de Qaraqosh, onde milhares de pessoas puderam participar na procissão. Espera-se também que os ritos do Tríduo Pascal atraiam grandes multidões para outras aldeias cristãs da planície de Nínive, que foi ocupada pelo Daech (Estado Islâmico) entre 2014 e 2017. Entrevistado por Crux, o padre iraquiano Naim Shoshandy, que reside atualmente em Espanha, explica que teve de fugir do país durante a campanha terrorista, uma vez que o seu irmão foi assassinado. “Carrego sofrimento no meu coração, nasci na guerra. Mas agradeço a Deus porque o que vimos no domingo mostra-nos que o cristianismo está vivo no Iraque, e não apenas em Qaraqosh, mas em toda a planície de Nínive, em Mosul, em Bagdá”, explica, vendo este renascimento da fé cristã como fruto da visita do Papa Francisco ao país em 2021.
Crux, inglês
Duas mulheres, Albina e Irina, uma russa, a outra ucraniana, carregarão a cruz na Sexta-feira Santa no Coliseu. Uma imagem que causou um escândalo nos últimos dias, mas que o padre Antonio Spadaro, diretor jesuíta de La Civiltà Cattolica e próximo do Papa Francisco, defende. “Não é a primeira vez que vítima e agressor são colocados pelo Papa Francisco na mesma oração”, disse ele, referindo-se à consagração da Ucrânia e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria em 25 de Março. “O pontífice não é um político, é um pastor”, insistiu ele. Estas “duas amigas que a guerra rotulou como inimigas” não dirão “uma única palavra”. “Nem sequer um pedido de perdão, ou algo do género. Nada. Elas contentavam-se em estar “debaixo da cruz para a carregar, escandalosamente juntas”. Para o Padre Spadaro, isto é “um sinal profético num tempo de escuridão espessa”. É terrível e é escandaloso, mas é disso que se trata na pregação do Evangelho.
Il manifesto, italiano
3. UCRÂNIA, UM SINTOMA DA DERROTA DO CRISTIANISMO, DE ACORDO COM ANDREA RICCARDI
Numa longa entrevista dada ao site espanhol Religion Digital, o fundador de Sant’Egidio Andrea Riccardi olha para o conflito na Ucrânia, um “fratricídio” que, segundo ele, soa como uma derrota para o cristianismo. “O nacionalismo propagou-se na Europa, com características diferentes em cada país, mas que faz sempre o outro sentir-se como um usurpador e a si próprio como uma vítima”, lamenta. O historiador vê este fracasso como parte do declínio do cristianismo, que ele vê arder como Notre-Dame de Paris. Hoje, considera que a crise vem “de dentro”, uma vez que o mundo é “menos anti-cristão do que costumava ser”. Um sinal para ele de que a Igreja deve “repensar-se profundamente”, tornando-se mais inclusiva, sinodal e solidária.
Religion Digital, espanhol
4. O SALESIANO MAIS VELHO DO MUNDO MORREU EM SÃO PAULO
“É com grande tristeza que anuncio a morte do nosso querido irmão, Padre Ladislau Klinicki. Que Deus lhe conceda a recompensa de um servo fiel. Foi assim que o Padre José Adilson Morgado, Director da Comunidade Salesiana Santa Terezinha em São Paulo, anunciou a morte do mais antigo salesiano do mundo. O Padre Ladislau Klinicki, nascido em Kursk (Império Russo), em 1914, morreu aos 107 anos de idade. Foi ordenado sacerdote em Varsóvia em 1943. Nas suas memórias, falou da sua prisão em Roma quando a cidade foi ocupada pelos nazisTAS e ele estava alojado numa casa salesiana. Após interrogatórios e graças à misericórdia de Deus, os próprios alemães chegaram à conclusão de que as acusações contra ele eram falsas. Chegou ao Brasil em 1968 e depois de ocupar vários cargos em diferentes igrejas e instituições religiosas, foi viver Na Comunidade de Santa Terezinha em 1990, aos 76 anos de idade. Impelido pelo poder da misericórdia de Deus, teve sempre na sua boca as palavras: “Jesus, confio em ti”.
Vatican News, português