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Francisco concorda com Bento XVI: Igreja do futuro será menor, porém mais autêntica

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HANDOUT / VATICAN MEDIA / AFP

Kathleen Hattrup - publicado em 18/04/22

Falando com jesuítas em Malta, Francisco disse que a visão de Bento XVI sobre o futuro da Igreja é uma das “intuições mais ricas” que o Papa Emérito teve

O Papa Francisco concorda com o que já disse o seu predecessor Bento XVI: o futuro da Igreja será “menor”, ​​mais “humilde e autêntico”, com “energia para o essencial”.

Esse assunto foi tratado em uma conversa do Papa com os membros da Companhia de Jesus, durante a viagem apostólica a Malta.

A transcrição da conversa informal de cerca de 40 minutos, realizada na manhã de domingo, 3 de abril de 2022, na Nunciatura Apostólica e com a participação de 38 confrades malteses, foi postada pela  La Civiltà Cattolica, a revista jesuíta italiana.

A Igreja do futuro

Religiosos perguntaram a Francisco como será o futuro da Igreja, que está se tornando menor na Europa secular, enquanto se desenvolve na Ásia e na África. 

O Papa, então, respondeu prontamente:

“Papa Bento XVI foi um profeta desta Igreja do futuro, uma Igreja que se tornará menor, que irá perder muitos privilégios, será mais humilde e autêntica e encontrará energia para o essencial. Será uma Igreja mais espiritual, mais pobre e menos política: uma Igreja dos pequenos. Bento XVI, quando era bispo, havia dito: vamos nos preparar para ser uma Igreja menor. Esta é uma de suas mais ricas intuições.”

Vocações

O Santo Padre reconheceu o problema da falta de vocações para muitas ordens religiosas, ligando-o ao fato de que há menos jovens, já que as famílias estão tendo menos filhos. “Os casamentos estão diminuindo, enquanto as pessoas pensam em crescer na profissão”, acrescentou o pontífice.

Respeito nas questões vocacionais

Para Francisco, tal situação traz também o risco de se “querer buscar vocações sem discernimento adequado”, perigo sobre o qual o Papa já alertou em outras ocasiões.

“Lembro-me que em 1994 se realizou um Sínodo sobre a vida consagrada. Vim como delegado da Argentina. Na época, estourava o escândalo dos noviços nas Filipinas: as congregações religiosas iam para lá em busca de vocações para importar para a Europa. Isso é terrível”, explicou o Santo Padre.

De fato, na exortação apostólica publicada após o Sínodo da Amazônia o Papa já chamava a atenção para esta questão. Ele destacou: “É digno de nota que, em alguns países da Bacia Amazônica, mais missionários vão para a Europa ou Estados Unidos do que permanecem para ajudar seus próprios Vicariatos na região amazônica.”

Agora, aos jesuítas, Francisco alertou:

“A Europa envelheceu. Temos que nos acostumar com isso, mas temos que fazê-lo de forma criativa, para levar para as vocações as qualidades que vocês mencionaram em sua pergunta: humildade, serviço, autenticidade”.

Nós avançamos, e não há como voltar atrás

Francisco também falou sobre a jornada sinodal da Igreja:

“Estamos aprendendo a falar e escrever ‘no Sínodo’. Foi Paulo VI quem retomou o discurso sinodal perdido. Desde então, avançamos na compreensão, na compreensão do que é o Sínodo. Lembro-me que, em 2001, fui relator do Sínodo dos Bispos. Na verdade, o relator era o Cardeal Egan, mas por causa da tragédia das Torres Gêmeas, ele teve que voltar para Nova York, sua diocese. Eu era o substituto. As opiniões de todos, mesmo de grupos individuais, foram coletadas e enviadas à Secretaria-Geral. Eu reunia o material e organizava. O secretário do Sínodo iria examiná-lo e dizer para remover esta ou aquela coisa que havia sido aprovada por votação dos vários grupos. Havia coisas que ele não considerava apropriadas. Houve, em suma, uma pré-seleção de materiais. Claramente não havia compreensão do que é um Sínodo.

Hoje avançamos e não há como voltar atrás. Ao final do último Sínodo, no levantamento dos temas a serem abordados no próximo, os dois primeiros foram o sacerdócio e a sinodalidade. Pareceu-me claro que eles queriam refletir sobre a teologia da sinodalidade para dar um passo decisivo em direção a uma Igreja sinodal.”

A verdadeira vocação da Igreja

Por fim, o Papa voltou a falar sobre os números da Igreja e a sua vocação:

“Qual é a vocação da Igreja? Não são números. É evangelizar. A alegria da Igreja é evangelizar. O verdadeiro problema não é se somos poucos, em outras palavras, mas se a Igreja evangeliza. Nas reuniões anteriores ao Conclave, eles falaram sobre o perfil do novo Papa. Foi justamente aí, nas Congregações Gerais, que se utilizou a imagem de uma Igreja que sai. Em Apocalipse diz-se: ‘Estou à porta e bato’. Mas hoje o Senhor está batendo de dentro para que possamos deixá-lo sair. Esta é a necessidade de hoje, a vocação da Igreja hoje.”

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