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Neve, frio, guerra e fé: um domingo de Páscoa em Kiev

Ucrânia

EyePress via AFP

Francisco Vêneto - publicado em 18/04/22

Na cultura ucraniana, há mais tradições familiares e culturais ligadas à Páscoa do que ao Natal

Sob neve, frio, guerra e fé, o domingo de Páscoa em Kiev voltou a reunir católicos para celebrar a Ressurreição de Cristo enquanto a nação continua trilhando o seu calvário.

Os católicos, tanto de rito latino quanto de rito greco-católico ucraniano, são minoria no país invadido pelos russos. Os cristãos ortodoxos são a maioria e seguem seu próprio calendário, pelo qual a Páscoa será celebrada na semana que vem.

Páscoa, mais importante que o Natal

Na doutrina cristã, a Páscoa é ainda mais importante do que o Natal porque é mediante a Paixão, Morte e Ressurreição que Jesus realiza o objetivo de ter-Se encarnado e nascido como um de nós. Para muitos povos ocidentais, porém, a importância maior da Páscoa como ocasião de celebração da fé em família acabou ficando um tanto ofuscada devido à incidência de uma “publicidade” muito maior do Natal.

Isso não ocorre na Ucrânia, onde a Páscoa continua sendo vivida como uma “festa da família”. De fato, há inclusive mais tradições familiares e culturais ligadas à Páscoa do que ao Natal. Um exemplo muito tradicional é o riquíssimo simbolismo das pêssankas, os famosos ovos detalhadamente pintados a mão e que são característicos do tempo pascal.

Naturalmente, foi impossível neste ano juntar muita gente para celebrar a Páscoa na alegria e na paz familiar, mas, ainda assim, as famílias católicas despedaçadas pela guerra fizeram o seu melhor.

Páscoa em Kiev

O Papa Francisco procurou ajudar. Ele fez questão da presença do seu enviado pessoal em Kiev na Semana Santa e na Páscoa. O cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro pontifício, presidiu a Via Sacra da Sexta-Feira Santa junto com o núncio na Ucrânia, dom Visvaldas Kulbokas. Na Santa Missa da Páscoa, celebrada na catedral de Kiev, ele afirmou:

“Não devemos parar naquela dor que nos deixa consternados”.

Ele acrescentou:

“Graças a Deus, há a Ressurreição. Quando Cristo vem, todo o mal é distanciado. Existe a esperança de que Ele nos abençoa”.

Recordando a mensagem Urbi et Orbi do Papa Francisco, que convidou o mundo inteiro a continuar rezando pela Ucrânia, o cardeal afirmou que levava aos fiéis daquele país “a bênção do Santo Padre”. E finalizou:

“Que reine a paz, porque Deus venceu todo o mal. Ele ressuscitou e nós também ressurgiremos. Христос воскрес! (Cristo ressuscitou!)”.

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