Sem o perdão de Jesus na cruz, poderiam as pessoas perdoar-se umas às outras? A nossa colunista Blanche Streb fala de vários caminhos para o perdão, incluindo o seu próprio. O perdão não é uma técnica, é um dom e um mistério
Estamos a entrar na oitava da Páscoa, e o Domingo da Divina Misericórdia já nos espera. É um bom momento para meditar sobre o perdão, cujo modelo supremo é o de Jesus na Cruz: “Pai, perdoa-lhes; não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Há o perdão que nos parece sobre-humano. Estou a pensar no de Maïti Girtanner, uma jovem e corajosa membro da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Presa pela Gestapo, tornou-se uma das cobaias de experiências desumanas conduzidas por um “médico” nazista. O seu carrasco espiava as suas vítimas quando elas pensavam que estavam sozinhas.
O desejo profundo de perdoar
Maïti foi deixada para morrer, ferida física e psicologicamente de forma permanente, após meses de tortura. Uma vez libertada, descobriu a imensidade dos seus efeitos secundários e as renúncias que a esperavam. Ela não podia mais tocar piano, não teria filhos…