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Militar ucraniano escreve ao Papa: “Mariupol é o inferno na terra”

Mariupol

AP/Associated Press/East News

Francisco Vêneto - publicado em 20/04/22

"O senhor provavelmente já viu muitas coisas na vida, mas tenho certeza de que nunca viu nada como o que está acontecendo em Mariupol"

Um militar ucraniano escreveu ao Papa Francisco e declarou que “Mariupol é o inferno na terra”, falando em referência à cidade que sofreu um cerco total e brutal dos invasores russos e que se transformou no lugar mais devastado da Ucrânia durante a guerra que martiriza o país desde 24 de fevereiro.

A carta foi escrita por Sergiy Volyna, comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais da Ucrânia, que está em Mariupol. O envio da carta foi confirmado pelo embaixador ucraniano junto à Santa Sé, Andrii Yurash.

O militar ucraniano pede a ajuda do Papa e afirma que “somente as orações não são suficientes”. Ele escreve:

“Não sou católico, sou ortodoxo. Acredito em Deus e sei que a luz sempre vence as trevas. Lutei durante mais de 50 dias num cerco completo e só tenho tempo para uma batalha feroz por cada metro da cidade sitiada. O senhor provavelmente já viu muitas coisas na vida, mas tenho certeza de que nunca viu nada como o que está acontecendo em Mariupol, porque isto é o inferno na terra”.

Sergiy Volyna menciona “mulheres com crianças e bebês que vivem em bunkers sob a mira dos aviões inimigos” e fala de “feridos que morrem todos os dias porque não há remédios, nem comida, nem água”.

O Papa Francisco já se pronunciou enfaticamente contra a guerra em inúmeras ocasiões, se ofereceu desde o início para mediara as negociações de paz, envio um emissário pontifício à Ucrânia para coordenar ajudas e fez diversas doações em dinheiro, alimentos, remédios e até ambulâncias.

O Papa também já citou expressamente, em várias ocasiões, o drama de Mariupol, “a cidade de Maria”.

O arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana, Sviatoslav Shevchuk, define como “genocídio” o que as tropas invasoras russas estão perpetrando em Mariupol.

Tags:
GuerraPapa FranciscoUcrânia
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