Francisco declarou publicamente que quer ir a Moscou para mediar o fim da guerra
Após o Papa Francisco ter declarado publicamente que quer ir a Moscou para mediar o fim da guerra movida pelo regime russo contra a Ucrânia, o governo da Rússia respondeu que, por enquanto, descarta um encontro de Vladimir Putin com o pontífice romano.
Em declarações à imprensa, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, reafirmou o empenho do Papa em agir para encerrar o conflito, mas registrou que a disposição de Francisco de ir até Moscou depende agora de um sinal de abertura da Rússia.
“Eu penso que, a esta altura, não há outros passos a dar. O Santo Padre ofereceu a possibilidade de ir a Moscou, de se encontrar pessoalmente com o presidente Putin. Esperamos que eles saibam o que pretendem fazer. Não nos parece que, da parte do Santo Padre, possam ser dados outros passos além destes”.
Francisco havia reiterado em entrevista ao maior jornal da Itália, o Corriere de la Sera, nesta terça-feira, a sua disposição de encontrar Putin na Rússia, afastando por agora uma eventual visita a Kiev.
“Sinto que não preciso ir [a Kiev]. Primeiro tenho que ir a Moscou. Primeiro tenho que me encontrar com Putin. Sou padre, também, o que posso fazer? Eu faço o que posso. Se Putin abrir a porta”.
Na mesma entrevista, o Papa recordou que o Vaticano já havia proposto um encontro com Putin por meio do cardeal Parolin.
Nesta quarta-feira, porém, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descartou que o encontro de Putin com o Papa venha a realizar-se proximamente, porque, segundo ele, Moscou e o Vaticano “não alcançaram um acordo”.