1 - A morte de Shireen Abu Akleh, uma "tragédia flagrante"
Shireen Abu Akleh era uma jornalista americana-palestiniana. Ela trabalhava para a Al Jazeera. Na manhã de 11 de Maio, enquanto cobria a ação do Exército israelense no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, ela foi alvejada na cabeça enquanto usava um colete com a inscrição "imprensa". Outro jornalista foi ferido na operação mas conseguiu afastar-se da artilharia militar. O Patriarcado Latino de Jerusalém condenou fortemente o ataque, chamando-o de uma "tragédia flagrante" que "recorda à consciência humana a necessidade de encontrar uma solução justa para o conflito na Palestina". De acordo com a Associated Press, o Ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, prometeu uma investigação transparente e disse estar em contato com funcionários norte-americanos e palestinos. O embaixador dos EUA em Israel, Tom Nides, também reagiu tuitando que lamentava muito o assassinato da jornalista e que também ele pedia "uma investigação minuciosa das circunstâncias".
Crux, inglês
2 - O apelo de Bartolomeu de Constantinopla à paz
O Patriarca de Constantinopla, no contexto de sérias divisões internas dentro da Ortodoxia sobre a ofensiva russa na Ucrânia, proferiu um discurso numa reunião inter-religiosa em Riade, Arábia Saudita. "Hoje, a credibilidade das religiões depende em grande parte do seu compromisso com a paz", explicou o Patriarca Bartolomeu, neste país marcado por um Islã rigoroso mas que demonstra uma vontade de abertura. Sublinhando a responsabilidade das grandes tradições religiosas, explicou que "a Igreja Ortodoxa considera seu dever encorajar tudo o que verdadeiramente serve à causa da paz e abre o caminho à justiça, à fraternidade, à verdadeira liberdade e ao amor mútuo entre todos os povos que formam a única família humana. Uma posição que marca uma nova distância do Patriarca Kirill de Moscou, que deu a sua bênção à ofensiva russa na Ucrânia, onde numerosos bombardeamentos de igrejas têm sido relatados. Durante a sua visita ao reino, o Patriarca Ecuménico Bartolomeu também se reuniu na quarta-feira 11 de Maio com o Ministro dos Negócios Estrangeiros saudita Adel al-Jubeir, que expressou a sua admiração pelas iniciativas do Patriarca Ecuménico.
Orthodox Times, inglês
3 - A detenção do Cardeal Zen fragiliza o regime de Pequim
A prisão do bispo emérito de Hong Kong provocou protestos pelo mundo. A notoriedade do cardeal e a sua idade avançada, 90 anos, pareciam colocá-lo para além do alcance de qualquer dano físico. A sua situação está a causar grande constrangimento no Vaticano e na China. No entanto, esta nova crise mostra "como era oportuno e necessário ter um acordo". Hoje, graças ao acordo, existe pelo menos um canal de comunicação e o destino de milhões de católicos chineses tem um mínimo de proteção", escreve o analista Francesco Sisci. "O risco de outra forma teria sido colocá-los perante as difíceis escolhas dos anos 50, renunciar à fé ou renunciar a ser chinês", acredita ele. Num contexto de grave crise interna ligada à guerra na Ucrânia e às medidas drásticas de luta contra a Covid-19, o Partido Comunista Chinês encontra-se numa posição de fraqueza. Paradoxalmente, esta situação poderia constituir uma oportunidade para a Santa Sé "procurar o diálogo e a compreensão com Pequim". O autor desta análise coloca esta ampla questão: "Se a Igreja não fala com aqueles que cometem erros e não o sabem ou talvez não o vejam, com quem deve ela falar?"
Settimana News, italiano
4 - Estados Unidos: relatório sobre internatos indígenas geridos por instituições religiosas
O Departamento do Interior dos EUA divulgou o primeiro volume de um relatório de investigação sobre o sistema escolar residencial do país a 11 de Maio. De acordo com o Religion News Service, entre 1819 e 1969, os Estados Unidos operaram 408 internatos para crianças indígenas em 37 territórios e estados, metade dos quais foram provavelmente apoiados por instituições religiosas. O relatório, divulgado pela Federal Indian Boarding School Initiative, criada em 2021 pela Secretária do Interior Deb Haaland, também registou a morte de mais de 500 crianças e identificou locais de sepultamento marcados e não marcados em mais de 50 escolas em todo o país. O relatório descreve uma "delegação de poder sem precedentes do governo federal a organismos religiosos" na administração destas escolas, e explica como o governo atribuiu reservas indígenas a "grandes confissões religiosas", dando-lhes um controle considerável. A Igreja Católica e várias denominações protestantes já começaram a investigar o seu próprio papel nestas instituições. Muitos grupos e denominações católicas e protestantes também apelaram aos EUA para estabelecer uma comissão da verdade, semelhante à que existe no Canadá.
Religion News Service, inglês
5 - Vaticano quer reforçar a formação litúrgica de todos os batizados
Um ano após a sua chegada à chefia da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, o arcebispo Arthur Roche explica o seu desejo de dar a todo o povo de Deus as chaves para a compreensão da liturgia, um assunto que ainda causa divisões no mundo católico. A publicação do motu proprio Traditionis Custodes do Papa Francisco, em 2021, tinha causado grande mal-entendido entre os católicos ligados ao rito tridentino. Mas D. Roche explica que o Papa quer acima de tudo promover "a unidade da Igreja". Ele disse que João Paulo II e Bento XVI nunca tinham procurado "promover o Rito Tridentino", mas que o seu objetivo era mostrar atenção àqueles "que têm dificuldades com a nova forma de oração da Igreja". Desde o Vaticano II, a liturgia deve envolver todos os batizados, em contraste com a concepção em vigor até ao missal de 1962, no qual o padre era visto como o representante de todas as outras pessoas presentes na Missa. A formação litúrgica dos leigos deve, portanto, ser reforçada de acordo com a "eclesiologia de hoje".
Omnes, espanhol