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Ciência comprova: pouco antes da morte vemos um filme da nossa vida

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DYING BRAIN

frontiersin.org

Dolors Massot - publicado em 17/05/22

A descoberta aconteceu quando uma equipe internacional de neurocirurgiões fez um encefalograma em um paciente e registrou a atividade cerebral nos momentos antes da morte

“Através da geração de oscilações envolvidas na recuperação da memória, o cérebro pode estar reproduzindo uma última memória de acontecimentos importantes da vida pouco antes da morte”. Esta é a conclusão do Dr. Ajmal Zemmar, neurocirurgião da Universidade de Louisville, EUA, co-autor do artigo científico publicado na revista Frontiers in Aging Neuroscience.

O artigo é uma verificação inédita do que algumas pessoas sempre disseram, principalmente aquelas que passaram por experiências de quase morte. Elas relatam “ter visto a vida passar como um filme”. 

O estudo é endossado por uma equipe internacional de neurocirurgiões da China, Estônia, do Canadá e dos Estados Unidos. O autor principal é o Dr. Raúl Vicente, do Hospital Público da Universidade de Henan, em Zhengzhou (China) e do Instituto de Ciência da Computação da Universidade de Tartu, na Estônia.

A pesquisa foi possível graças às informações que puderam ser obtidas de um moribundo de 87 anos que estava hospitalizado. Esta pessoa sofreu um ataque cardíaco enquanto estava conectada aos aparelhos de medição. A resposta de seu cérebro foi gravada e, graças a isso, os pesquisadores tiveram evidências reveladoras.

“Aqui, apresentamos o registro contínuo de eletroencefalografia (EEG) de um cérebro humano moribundo, obtido de um paciente de 87 anos que sofreu parada cardíaca após um hematoma subdural traumático”.

30 segundos antes e depois da morte

O paciente atendido pela equipe do Dr. Vicente sofria de epilepsia. Um eletroencefalograma estava sendo feito para melhorar o tratamento da doença quando o paciente sofreu um ataque cardíaco e morreu. Foi assim que as imagens da atividade cerebral antes da morte foram registradas.

“Medimos 900 segundos de atividade cerebral na hora da morte e estabelecemos uma abordagem específica para investigar o que aconteceu nos 30 segundos antes e depois que o coração parou de bater”, explicou Ajmal Zemmar, neurocirurgião da Universidade de Louisville.

“Pouco antes e depois que o coração parou de funcionar, vimos mudanças em uma faixa específica de oscilações neurais, as chamadas oscilações gama, mas também outras, como  oscilações delta, teta, alfa e beta”, explicou o neurocirurgião.

Essas ondas são padrões de atividade em nosso cérebro. Essas oscilações estão ligadas a funções cognitivas, como concentração, sono, meditação, recuperação de memória, processamento de informações e percepção consciente, mas também em relação a funções associadas às memórias, explica um artigo informativo da mesma revista .

Memória em experiências de quase morte

Esta atividade que agora foi verificada “sugere uma explicação para a memória vívida da vida em experiências de quase morte”, diz Maryam Clark, que se baseia no artigo científico publicado pela equipe do Dr. Vicente.

“Através da geração de oscilações envolvidas na recuperação da memória, o cérebro pode estar reproduzindo uma última memória de acontecimentos importantes da vida pouco antes da morte, semelhantes aos relatados em experiências de quase morte”, propõe Ajmal Zemmar. “Essas descobertas desafiam nossa compreensão de quando exatamente a vida termina e levantam importantes questões subsequentes, como as relacionadas à doação de órgãos”.

“Mesmo que nossos entes queridos estejam de olhos fechados e prontos para nos deixar e descansar, seus cérebros podem estar revivendo alguns dos melhores momentos de suas vidas.”

Uma pergunta sobre o que o cérebro faz nos últimos momentos

“Como neurocirurgião, às vezes me deparo com perdas. É indescritivelmente difícil dar a notícia da morte a familiares angustiados”, afirma o médico. “Uma coisa que podemos aprender com esta pesquisa é que, embora nossos entes queridos estejam de olhos fechados e prontos para nos deixar e descansar, seus cérebros podem estar revivendo alguns dos melhores momentos que já viveram”.

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