Um seminário atacado e saqueado pelos invasores russos será reaberto na Ucrânia em setembro, graças ao apoio da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). A fundação assumiu a reforma do edifício, que foi atingido por dois mísseis russos, bem como a compra de móveis e dos equipamentos necessários para substituir os que foram roubados.
O seminário do Sagrado Coração fica em Vorzel, a 30 quilômetros de Kiev, e sofreu os saques pelas tropas russas já no início da guerra movida pelo regime de Vladimir Putin.
Segundo o reitor, pe. Ruslan Mykhalkiv, que deu declarações à própria AIS, os invasores “levaram tudo o que podiam”. Ele enumera:
“Utensílios de cozinha, máquinas de lavar roupa, computadores e aparelhos de ar condicionado. Os quartos foram saqueados. Levaram artigos litúrgicos, incluindo um cálice doado por São João Paulo II quando visitou a Ucrânia em 2001”.
Moradores locais também entraram no seminário após o ataque russo e levaram o resto, o que o reitor considera “compreensível”: devido à guerra, afinal, os habitantes haviam sido deixados sem nada para comer.
O seminário estava vazio quando as tropas russas o invadiram: os 25 seminaristas, assim como os professores e os funcionários, se refugiaram numa aldeia próxima quando a guerra eclodiu. Os candidatos ao sacerdócio acabaram sendo acolhidos em outro seminário na região central da Ucrânia.
Por localizar-se nos arredores da capital do país, Vorzel se tornou palco de intensa atividade militar, tal como outros subúrbios próximos, entre os quais Bucha, Irpin, Hostomel e Borodianka. Vale recordar que Bucha entrou para a história como o cenário de uma das mais terríveis carnificinas já perpetradas nesta guerra.
Os auxílios da AIS
Magda Kaczmarek, responsável pelos projetos da AIS na Ucrânia, comenta a respeito do apoio da fundação pontifícia para a revitalização do seminário atacado e para outras várias iniciativas no país:
“Desde o início da guerra, temos dado todo o nosso apoio à Igreja local de ambos os ritos, latino e greco-católico. Primeiro, com apoio de emergência nas zonas de guerra e para refugiados no oeste do país. Graças aos nossos benfeitores, temos financiado os custos de transporte, veículos e atividades extraordinárias de padres e religiosos nos territórios afetados.
Numa segunda fase, temos ajudado as paróquias e mosteiros na Ucrânia que abriram as portas aos refugiados, dando-lhes apoio material e espiritual. E, numa terceira fase, dentro das nossas possibilidades, queremos ajudar a reparar os danos”.