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Carta aberta a Rodrigo Garcia

POLICE, BRASIL, POLICIAL

Jair Ferreira Belafacce / Shutterstock.com

Vanderlei de Lima - publicado em 19/05/22

Este apelo vem de um religioso católico sem, é óbvio, nenhuma pretensão político-partidária. Traz apenas a preocupação de quem mantem amplo contato com a opinião pública e a ouve

Excelentíssimo Senhor Rodrigo Garcia, Governador de São Paulo.

Esta Carta Aberta tem por objetivo pedir que V. Excelência permita, no Regulamento de Uniformes (RU) da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na cor própria do uniforme, um gorro simples de lã a proteger a cabeça e os ouvidos do PM, ficando a face descoberta.

Tal pedido visa, se concretizado, graças ao seu bom-senso e até mesmo à sua compaixão (= sofrer com), oferecer, de modo humanitário, uma maior sensação de conforto ao policial em serviço, pois tem de patrulhar com os vidros da viatura abertos para, no jargão interno, “sentir as ruas”, o que pode prejudicar os ouvidos com o vento frio a formar corrente. Observação semelhante vale ao policial fora da viatura exposto ao frio intenso.

Ora, tem-se como verdade que “o frio favorece a contração dos músculos e tecidos que envolvem o canal do ouvido e deixa a pele mais sensível. Essa contração é o que provoca a dor. Não se trata de otite (infecção de ouvido), apenas dor no canal auditivo. A dica é se agasalhar, usar gorro” (cf. Dráuzio Varella. In: https://drauziovarella.uol.com.br/otorrinolaringologia/5-mitos-e-verdades-sobre-dor-de-ouvido/, acesso em: 05/06/2020). No conforto, trabalha-se melhor.

Óbvio é que a referida proteção seria optativa, ou seja, ficaria a critério do policial, para uso noturno e diurno, no período de inverno e nos demais dias frios a, eventualmente, ocorrerem também em outras épocas do ano e nos quais cada um se protege como pode. 

É de se indagar qual a grande razão para que, nos dias de frio rigoroso, todos possamos – e até devamos – nos agasalhar com gorro, mas os policiais militares em serviço não possam? É sumamente importante rever isso como já ocorre em alguns Estados. Importa valorizar o nobilíssimo trabalho desses homens e mulheres de farda cinza. Afinal, eles dão a própria vida, se preciso for, para salvar a de tantos cidadãos que sequer conhecem.

Este apelo vem de um religioso católico sem, é óbvio, nenhuma pretensão político-partidária. Traz apenas a preocupação de quem mantem amplo contato com a opinião pública e a ouve. 

Ademais, os PMs – embora votem – não podem fazer greve nem reclamar de quase nada. Todavia, nós, que ainda vivemos num país tido por democrático, podemos – na internet, em alguns jornais ou nas igrejas, ruas, praças etc. – dizer uma palavra a favor deles. Palavra que, com a graça de Deus, chega a milhares e milhares de famílias.

Daí o nosso respeitoso pedido público ser bastante simples: Sr. Governador, permita, de modo optativo, que os policiais desejosos de usar gorro, na cor do uniforme, possam fazê-lo sem sofrer quaisquer sanções. É um ato de humanidade. 

Tal pedido cabe aos fiéis católicos fazerem, uma vez que a Igreja “vivendo na história, deve estar atenta aos sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho. Comungando nas melhores aspirações dos homens e sofrendo de os ver insatisfeitos, deseja ajudá-los a alcançar o pleno desenvolvimento e, por isso, propõe-lhes o que possui como próprio: uma visão global do homem e da humanidade” (Paulo VI. Populorum Progressio, n. 13); mas não só aos católicos. Também o cabe aos irmãos das demais Igrejas, Comunidades cristãs ou não cristãs que sabem ser impossível amar a Deus sem amar o próximo (cf. 1Jo 4,20-21). Mesmo quem não é religioso poderá sentir-se apoiador desta causa simples, mas nobre, pois compartilha conosco da dignidade da natureza humana que nos é comum.

Certo de sua humanidade, atenção e empatia, assino, esperançoso de ver, em breve, aqui publicada a sua resposta. Deus o ilumine sempre na sua vida e missão!

Tags:
PolíticaSociedadeViolência
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