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Cigarro de enrolar vende falsa noção de segurança

MAN SMOKES,

Aleksandr Yu | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 23/05/22

Há 5 anos, Papa Francisco proibiu a comercialização de cigarros no Vaticano

Existe uma piada que diz que o maço de cigarro é o produto mais barato que existe, pois você leva 4.700 substâncias tóxicas por apenas R$ 10. Entre elas pólvora, arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, agrotóxicos, acetona, naftalina e até fósforo, incluindo outras substâncias radioativas. 

O que deveria ser 4.700 motivos para todos pararem de fumar, torna-se argumento para fomentar o uso de um produto que, segundo pesquisas, pode ser três vezes ainda mais nocivo do que o cigarro que compram na padaria ou na banca de jornal, o tabaco de enrolar, inclusive os que se dizem orgânicos. Ainda assim, esse produto é industrializado e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde: “O tabaco é prejudicial em todas as suas formas e não existe um nível seguro de exposição”.

Gato por lebre 

Pelo menos em sua maioria, os tabacos para enrolar apresentam, sim, aditivos, realmente em quantidade e variedade inferiores aos cigarros convencionais. No entanto, segundo um estudo da Sociedade Espanhola de Saúde Pública, o tabaco solto apresenta maior quantidade de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono. Uma hipótese que também circula nos meios acadêmicos é de que a tragada em um cigarro enrolado manualmente chegaria à garganta e aos pulmões em temperatura mais alta, o que reforçaria seu potencial cancerígeno.

Um argumento que se escuta a favor do “tabaquinho” é que, contando o tempo que se leva para preparar cada cigarro, o fumante crônico tragaria menos ao longo do dia. Entretanto, segundo a Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), um cigarro de enrolar é o equivalente a três cigarros convencionais. Ou seja, seria como trocar gato por lebre. 

Muitos adeptos dessa tendência, que chega importada da Europa, infelizmente seduzindo jovens fumantes, tendem a romantizar o momento de enrolar o cigarro, criando-se um pequeno ritual. O que torna-se ainda outra armadilha, pois quanto mais significado se atribui e quanto mais prazer se obtém ao fumar, mais difícil fica abandonar o vício depois. 

Vaticano livre de fumaça

Em 2017, segundo a OMS, o tabagismo tirou a vida de 7 milhões de pessoas no mundo. Dado alarmante que foi usado como argumento por Papa Francisco ao proibir a venda de cigarros e de tabaco de enrolar no Vaticano ao final do mesmo ano. A medida começou a valer a partir de 2018.

De acordo com Greg Burke, então porta-voz da Santa Sé, “o Vaticano não pode continuar permitindo algo que, claramente, prejudica a saúde das pessoas”. Para implementar a medida, o Papa não teve o menor problema em abrir mão dos impostos com cigarro que voltavam para o Estado. “Nenhum direito é legítimo se coloca em risco a vida humana”, ainda disse Burke. 

Disque Pare de Fumar

O tabagismo aumenta exponencialmente o risco de desenvolver alguma Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, como bronquite e enfisema, além de câncer e problemas cardíacos ou arteriais fatais como aneurisma. 

O SUS oferece diferentes abordagens no auxílio.Para obter informações sobre unidades do SUS que oferecem o tratamento para parar de fumar, basta telefonar, gratuitamente, para o Disque Pare de Fumar: 0800 703-7033   

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