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A Diocese de Amparo e os seus três bispos diocesanos

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Vanderlei de Lima - publicado em 24/05/22

Que Deus, por intercessão de sua Mãe Santíssima, a Senhora do Amparo, abençoe ricamente, neste seu jubileu de prata, esta Diocese que traz o seu nome

A Diocese de Amparo está no seu ano jubilar. Em 25 de março de 2023, ela completa 25 anos de instalação. Desejo, pois, neste artigo, por meio de algumas lembranças dos seus três bispos, recordar um pouco da sua história.

Foi uma novidade, 1998, a criação e a instalação da Diocese a todos nós que, por décadas, fazíamos parte da antiga região Leste da Arquidiocese de Campinas e, nas Missas, ouvíamos rezar pelo Papa João Paulo e pelo bispo Gilberto. De repente, parte disso muda, pois, embora rezando pelo mesmo Papa, que só faleceu em 2005, o bispo era, agora, Francisco José e morava em Amparo.

Dom Francisco foi, conforme definiu, certa vez, uma senhora dotada de grande perspicácia, um homem bondoso. Acolhia a todos, ria, brincava, conversava, caminhava muito pelas ruas centrais da cidade, ajudava os sacerdotes em dificuldades em suas respectivas paróquias. Governou a Diocese até 2010 e deixou-nos a figura de um bispo apaixonado pelo Ecumenismo (diálogo com comunidades eclesiais cristãs) e pela Pastoral Carcerária (eu mesmo, a seu convite, o acompanhei até a cadeia de Amparo).

Era certa, em conversa com algumas pessoas, com a proximidade da renúncia do bispo por limite de idade – 75 anos – que a Diocese precisava de avanços em certas áreas. Pensando nisso, expressei, de modo muito modesto, a Dom Lorenzo Baldisseri, então núncio apostólico no Brasil, a Dom Eusébio Scheid, à época arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro e um dos cardeais responsáveis pela fiscalização das finanças da Santa Sé, e a Dom Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano no pontificado de Bento XVI, que Amparo necessitava de “um bispo teólogo”. Soube, depois, que Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas, já falecido, também assim pensava.

Eis que o Papa Bento XVI nomeia para Amparo, em 2010, o então cônego Pedro Carlos Cipollini, de vasta experiência pastoral, professor na PUC-Campinas por 25 anos e já perito da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB. A vinda de Dom Pedro pode, a meu ver, ser comparada a um tipo de abalo sísmico que a ninguém deixou isento. Mexeu com todos. Dentro e fora da Igreja. Abalo complexo, mas, em partes, necessários e que exigiam amigos fiéis junto do bispo. Estive ao seu lado nos momentos mais críticos. Por isso, fui (e ainda sou) repelido por alguns poucos como o leproso dos tempos bíblicos. Os frutos do seu pastoreio foram, no entanto, muito bons, apesar das não poucas nem pequenas oposições isoladas. Em 2015, Dom Pedro foi transferido pelo Papa Francisco, para Santo André (SP). Deixou saudade aos amigos!

Dia 6 de janeiro de 2016, era anunciado o novo bispo: Dom Luiz Gonzaga Fechio, até aquele momento bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG). Eis que surge um pastor mais reservado, piedoso nas celebrações, simples no modo de ser, de se alimentar e se vestir, muito apaixonado pelo seu ministério sacerdotal e pelos pobres, doentes e encarcerados. 

Costumo dizer – embora se estiver perto, ele se apresse em me interromper e tentar contornar o que digo – que a lógica no falar e a linguagem correta, em termos gramaticais e sintáticos, de Dom Luiz são de uma preciosidade quase ímpar. Testemunho ainda a sua simplicidade nos jantares ou cafés da manhã com pessoas em situação de rua. Aí, o bispo, sentado na guia da calçada, ouve as angústias das pessoas e até confissões. Não para se aparecer – ele foge disso – mas, sim, por uma convicção no seu modo de ser Igreja. 

Para concluir, renovo, de público, o meu apreço pelos três bispos que esta porção do Povo de Deus teve até hoje, mas, em especial, por Dom Luiz, ante quem disse ter eu me mudado de Amparo por não combinar com o bispo. Nada mais falso. Sou amigo de Dom Luiz, rezo por ele e, sempre que possível, conversamos os mais variados assuntos. 

Desejo, pois, que Deus, por intercessão de sua Mãe Santíssima, a Senhora do Amparo, abençoe ricamente, neste seu jubileu de prata, esta Diocese que traz o seu nome.

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