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O santuário onde os bebês nascidos mortos eram “ressuscitados” para receber o Batismo

MADONNA DI TRAVA
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Maria Paola Daud - publicado em 25/05/22
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Um filme italiano premiado em Cannes resgata a história deste santuário e sua curiosa tradição

Em Trava, no norte da Itália, encontra-se este pequeno e pouco conhecido santuário. E, graças ao filme Small Body (original: Piccolo corpo), recentemente premiado em Cannes, o local voltou a atrair peregrinos.

Até o século XVIII, o santuário era muito popular; acreditava-se que a Virgem de Trava concedia um curto período de vida às crianças nascidas mortas, a fim de que elas fossem batizadas e não acabassem no limbo.

A salvação sem o Batismo é uma questão muito complicada, e a Igreja tem tentado lançar luz sobre ela.

"Santuário do Respiro"

Voltando ao Santuário de Trava, este é um dos poucos santuários à répir, ou seja, que dava um último "respiro" (ou "sopro") aos bebês falecidos. Era o tempo suficiente para serem batizados, de acordo com um rito muito piedoso e carregado de esperança.

Este rito consistia em colocar a criança sem vida sobre um altar de pedra erguido perto da igreja, na entrada de uma floresta. Ali, na presença de um padre, o recém-nascido era "ressuscitado" por alguns momentos, recebia o sacramento e depois "morria" novamente.

Recordemos que nos tempos antigos, devido às condições de miséria, pobreza e assistência médica inexistente no parto, era comum que muitas mães dessem à luz seu filho morto.

Em testemunho desta crença, há centenas de ofertas votivas no santuário, mostrando estas crianças mortas, renascidas, abençoadas e que depois morreram novamente.

Infelizmente, várias ofertas votivas foram roubadas, e as que sobreviveram foram trancadas por segurança.

Durante o saque, até mesmo a autêntica pintura da Madonna de Trava, na verdade uma das representações da Madonna del Carmine, desapareceu. Hoje é substituída por uma cópia.

O prado verde ao redor do santuário é também uma testemunha única dessas histórias de fé e esperança, assim como o cemitério onde estes bebês que "voltavam à morte" foram enterrados.

O santuário, como medida de proteção, fica sempre fechado. É aberto somente com hora marcada. Apenas um dia do ano ele fica aberto aos moradores locais: 15 de agosto, festa da Assunção.

"Corpo pequeno"

Esperemos que o filme Small Body ("Corpo Pequeno"), possa ser visto muito em breve em vários idiomas.

O filme conta, de forma muito delicada e respeitosa, a história de uma dessas mães. Ela tem que passar por uma longa jornada e muitos perigos para dar a possibilidade de "salvar" sua filhinha que morreu ao nascer.

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