Sexta-feira, 27 de Maio de 2022
1 – Haverá em breve três papas?
2 – Síria: “As pessoas continuam a morrer na indiferença do mundo”
3 – Quando o trabalho substitui a fé
4 – O Papa, o Sudão do Sul e a escravatura
5 – Francisco vai encontrar-se com as vítimas do conflito congolês em Goma
1 – Haverá em breve três papas?
Como a saúde do Papa Francisco se deteriorou recentemente, entre uma operação ao cólon e uma dor no joelho que o forçou a usar uma cadeira de rodas, as especulações continuam a aumentar sobre se ele poderia renunciar em breve. Numa reunião recente com os bispos italianos numa assembleia plenária, diz-se que Francisco confidenciou que não queria ser submetido a uma operação em circunstância alguma, pois tem más recordações da operação em Julho de 2021. “Antes de fazer uma operação, prefiro aposentar-me”, teria dito ele, preocupado com os “problemas na cabeça” que uma anestesia geral causa. Esta declaração do Papa, que não foi confirmada pelo Vaticano, levantou uma questão crucial na imprensa de todo o Reno: haverá em breve três papas – dois eméritos e um em exercício?
Die Tagespost, alemão
2 – Síria: “As pessoas continuam a morrer na indiferença do mundo”
A Síria desapareceu do radar dos meios de comunicação social. E no entanto, está a sofrer cada vez mais. Este é o grito lançado por D. Joseph Tobji, arcebispo maronita de Aleppo. “Aqui, a situação está a piorar de dia para dia. 90% da população vive abaixo do limiar da pobreza enquanto o mundo nos esqueceu”, disse ele ao Vatican News. É verdade que os combates quase desapareceram do território, exceto no norte do país. Mas é a fome que está agora a assolar todo um povo ferido por onze anos de sanções internacionais. “Toda a população caiu na mendicidade”, diz o Bispo Tobji. E a guerra na Ucrânia fez subir o preço do trigo e do petróleo, tornando a vida quase pior do que sob as bombas, disseram alguns dos fiéis ao bispo maronita.
Vatican News, francês
3 – Quando o trabalho substitui a fé
“O trabalho substitui a religião – e em alguns casos assume mesmo a sua forma – entre muitos profissionais americanos”, diz Carolyn Chen, co-diretora do Centro de Estudos da Religião da Universidade da Califórnia, num artigo publicado no The New York Times. Para o seu livro Work Pray Code, ela entrevistou mais de 100 trabalhadores do Vale do Silício entre 2013 e 2018. Disseram-lhe repetidamente que as suas carreiras eram uma “viagem espiritual” e que o seu trabalho era uma “vocação”. “O evangelho do trabalho é uma fina casca, uma solução eticamente vazia para a nossa necessidade essencial de pertença e significado. E nos faz passar fome como indivíduos e comunidades”, explica Carolyn no seu artigo. Ela cita a história de um cristão evangélico devoto que, depois de se ter juntado a uma startup tecnológica, já não tinha tempo para participar na vida da sua igreja. “O trabalho deu a John não só uma nova identidade, mas também um novo propósito na vida e um conjunto diferente de valores. Em vez de abraçar a missão cristã de mudar o mundo difundindo o Evangelho, John abraçou a missão corporativa de mudar o mundo com o seu app”, explica Chen. A autora diz que a sociedade, as comunidades e a democracia são todas negativamente afetadas quando as pessoas adoram o trabalho. O pior de tudo, descreve ela, eles perdem todo o sentido de si próprios e de identidade, centrando as suas vidas na empresa para a qual trabalham.
The New York Times, inglês