O pe. Cido Pereira abordou em sua coluna de perguntas e respostas, no portal O São Paulo, o seguinte questionamento enviado pela leitora Ana Antonia, da capital paulista:
“Por que Jesus, quando fala de sua crucificação, refere-se a si como ‘filho do homem’, sendo que Ele foi concebido do Espírito Santo, sendo, assim, filho de Deus?”.
O sacerdote explicou:
“Ana Antônia, esta expressão ‘Filho do Homem’ é a que Jesus mais usou para referir-se a si mesmo. Veja alguns exemplos: no capítulo 20 do Evangelho de São Mateus, o título aparece pela primeira vez. Em João 3,13, Jesus diz a Nicodemos: ‘Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu – o Filho do homem’.
Mas ela se encontra no Antigo Testamento, às vezes significando apenas homem, como um ser frágil, limitado. Em Jesus, porém, fica claro que, quando Ele usa a expressão Filho do Homem, é para lembrar aquilo que nós rezamos no Credo sobre ele. Nós afirmamos que Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. E sobre essa expressão, nesse sentido bonito de verdadeiro homem, é o profeta Daniel que dá início a ela.
Daniel, no capítulo 13,7, afirma que ter visto vir entre as nuvens do céu, ‘um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele’. Jesus se refere a isso quando diz em São Mateus 26,64: ‘Eu, porém lhes digo, que desde agora verão o Filho do Homem sentado à direita do Poderoso, e vindo com as nuvens do céu‘. E no livro dos Atos dos Apóstolos, quando o diácono Estêvão. Ele afirma que viu o Filho do Homem, vindo ao seu encontro nas nuvens.
Em São Mateus, 17,22, Jesus anuncia sua morte dizendo: ‘O Filho do homem será entre nas mãos dos homens’. E explicando a parábola do semeador, Jesus diz que ‘Aquele que semeou a boa semente é o Filho do homem'”.
O pe. Cido finaliza:
“É isto aí, Ana Antônia. O título de Filho do homem nos revela aquilo que todos proclamamos: que Jesus quis ser homem como nós, igual a nós em tudo, menos no pecado. Em Jesus, portanto, há duas natureza: a divina e a natureza humana”.
