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Direto do Vaticano: Papa pede que educadores não silenciem as verdades que dão sentido à vida

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POPE FRANCIS - VATICAN - ST. Peter's Square - Audience

Antoine Mekary | ALETEIA

I. Media - publicado em 02/06/22

Boletim Direto do Vaticano, 2 de junho de 2022
  • O Papa pede que educadores não silenciem as verdades sobre Deus
  • “Não usar trigo […] como arma de guerra!”, exorta o Papa, referindo-se à guerra na Ucrânia
  • Edifício de Londres: Tirabassi culpa Torzi e monsenhor Perlasca

O Papa pede que educadores não silenciem as verdades sobre Deus

Por Anna Kurian – O Papa Francisco exortou os educadores a não “guardarem das novas gerações as verdades que dão sentido à vida”, ao receber na quarta-feira 1 de Junho participantes num congresso internacional organizado pela Congregação para a Educação Católica sobre o tema do “Pacto Global de Educação” lançado em 2020.

Durante a audiência, que concluiu o congresso, o Papa reiterou a sua visão da crise como uma oportunidade de crescimento. Mesmo no tempo presente, “quando o tecnicismo e o consumismo tendem a tornar-nos utilizadores e consumidores”, pode ser “um momento propício para evangelizar de novo o sentido do homem, da vida, do mundo”, disse ele.

O Papa advertiu então os cerca de cinquenta professores de universidades católicas de todo o mundo: “Negar as verdades sobre Deus por respeito àqueles que não acreditam seria, no campo da educação, como queimar livros por respeito àqueles que não pensam, eliminar obras de arte por respeito àqueles que não vêem, ou música por respeito àqueles que não ouvem”.

Francisco também condenou mais uma vez a cultura do desperdício que “quer que acreditemos que quando algo já não funciona, devemos jogá-lo fora e trocá-lo”, e que acaba por contaminar também as relações. Por exemplo, disse ele, se um casamento já não funciona, troca-se; se uma amizade já não vai bem, rompe-se; se uma pessoa idosa já não é autónoma, é posta de lado”.

No seu discurso, o Papa deu como modelo para os educadores o mito grego de Eneas, que salvou o seu pai e o seu filho do incêndio de Troia. Para Francisco, esta imagem insiste na “centralidade da pessoa”. Eneas não levou consigo “bens e coisas”, mas a sua família, porque “todo o resto é secundário”.

Com este gesto, Eneas convida-nos a “proteger o passado”. Isto não significa “andar para trás”, disse o Bispo de Roma, expressando preocupação sobre a “moda” de defender “tradições mortas” na Igreja. A verdadeira tradição católica, acrescentou ele, é o “crescimento contínuo”.

Vindos de universidades de vários continentes, os professores reuniram-se na sede da Pontifícia Academia das Ciências para implementar o “Pacto Global de Educação” desejado pelo Papa Francisco.


“Não usar trigo […] como arma de guerra!”, exorta o Papa, referindo-se à guerra na Ucrânia

Por Hugues Lefèvre – O Papa confidenciou a sua “grande preocupação” sobre o bloqueio de cereais na Ucrânia, à margem da audiência geral a 1 de Junho de 2022. Sem citar nomes, apelou para que o trigo não fosse utilizado “como arma de guerra”.

Como a guerra na Ucrânia levou a uma escassez de trigo e a ameaça de uma crise alimentar paira sobre o mundo, o Papa Francisco apelou para que todas as forças se reunissem para “resolver esta questão e garantir o direito humano universal à alimentação”.

Ele recordou que “do trigo ucraniano […] depende da vida de milhões de pessoas, especialmente as dos países mais pobres”. O pontífice de 85 anos, que tem feito repetidos apelos a um cessar-fogo e à paz desde o início da invasão russa, exortou: “Por favor, não usem trigo, um alimento básico, como arma de guerra.

A Ucrânia, o quarto maior exportador mundial de trigo, viu toda a sua cadeia de produção e exportação de cereais ser perturbada pela invasão russa. A 16 de Maio, uma declaração do parlamento ucraniano acusou a Rússia de bloquear os portos e pilhar milhares de toneladas de trigo. “A invasão militar russa da Ucrânia é a única causa da crise alimentar mundial”, afirmou.

Os preços do trigo atingiram máximos recordes nas últimas semanas, uma vez que a Índia, um país atingido por um clima muito quente, impôs recentemente uma proibição de exportação para assegurar a sua auto-suficiência alimentar.


Edifício de Londres: Tirabassi culpa Torzi e monsenhor Perlasca

Por Isabella de Carvalho e Camille Dalmas – Por que e como é que a Secretaria de Estado confiou em 2018 o controle do edifício de Londres ao financista Gianluigi Torzi, que, segundo a acusação, aproveitou-se da situação para extorquir 15 milhões da Santa Sé? Esta foi a principal questão colocada ao antigo funcionário Fabrizio Tirabassi durante a 19ª audiência do grande julgamento financeiro do Vaticano, com este último a implicar o empresário financista, mas também a apontar o dedo à responsabilidade da testemunha central no julgamento a monsenhor Alberto Perlasca.

A audiência de terça-feira 31 de Maio durou quase oito horas e foi inteiramente dedicada a perguntas do Promotor de Justiça Alessandro Diddi sobre a ligação entre Fabrizio Tirabassi e o edifício de Londres. Este último insistiu particularmente no papel ativo desempenhado pelo monsenhor Perlasca, do qual foi o “número 2”, ao permitir a aquisição da propriedade britânica a partir de 2013.

A parte mais importante do interrogatório dizia respeito à operação de “salvamento” de 2018, que tinha sido solicitada pela Santa Sé para recuperar o controle dos seus bens – confiada em 2014 ao empresário italo-britânico Raffaele Mincione – porque tinham sido observadas perdas significativas. Fabrizio Tirabassi é acusado pela justiça do Vaticano de corrupção, extorsão, desvio de fundos, fraude e abuso de poder.

Em particular, o sistema judicial do Vaticano acusa o antigo funcionário da Secretaria de Estado de ter conspirado com Gianluigi Torzi, Enrico Crasso e Raffaele Mincione para pressionar o seu superior na altura, monsenhor Perlasca, a autorizar o “salvamento” da propriedade. Fabrizio Tirabassi – que foi ouvido pela segunda vez pelo Departamento de Justiça do Vaticano após a audiência de 20 de Maio – afirma, no entanto, que foi apenas um “instrumento” neste caso e que ele próprio esteve sob pressão durante a operação.

Segundo ele, a Santa Sé tinha mandatado Gianluigi Torzi para liderar as negociações com Raffaele Mincione – que tiveram lugar em Londres de 21 a 23 de Novembro de 2018 – porque o Torzi alegou estar em condições de recuperar o controlo do edifício para a Santa Sé. Torzi foi apresentado a Tirabassi por Giuseppe Milanese – um homem de negócios com uma “relação privilegiada com o Santo Padre” desde o tempo em que este era Arcebispo de Buenos Aires – e tinha por isso sido considerado uma pessoa de confiança.

O funcionário, que foi enviado a Londres com Enrico Crasso e Gianluigi Torzi, negou ter estado realmente envolvido nas negociações no fim-de-semana, dizendo que apenas Torzi tinha falado com Raffaele Mincione. Ele disse que não se apercebeu, quando examinou a transação realizada perante os seus olhos por Gianluigi Torzi, que este último tinha de fato tomado o controle do edifício reservando para si todas as ações com direito a voto.

Nenhum advogado para assinar o acordo

Mais surpreendentemente, Fabrizio Tirabassi explicou que a delegação do Vaticano – Gianluigi Torzi, Enrico Crasso e ele próprio – tinha vindo sem um advogado para os assistir na assinatura do acordo. O funcionário insistiu que monsenhor Perlasca estava ciente da negligência que isso representava.

Depois de excluir um advogado que teria sido demasiado caro e próximo de Raffaele Mincione, Fabrizio Tirabassi explicou que a escolha de monsenhor Perlasca foi Nicola Squillace, colaborador de Gianluigi Torzi – e agora também no banco dos réus.

Tentativas de investigações internas

Explicou também que em 2015 o Cardeal George Pell, então Prefeito da Secretaria da Economia, seguido em 2018 pelo Revisor Geral, Alessandro Cassinis Righini, tinha tentado obter informações sobre o edifício de Londres, sem sucesso.

No final da audiência, o promotor de justiça também perguntou a Fabrizio Tirabassi sobre a natureza de uma das suas trocas de mensagens com Gianluigi Torzi, na qual ele alegadamente ofereceu os serviços de uma “escolta” em Milão. Fabrizio Tirabassi defendeu a si próprio dizendo que era uma piada.

Próximas audiências

As próximas audiências terão lugar a 6 e 7 de Junho, quando Raffaele Mincione será ouvido pela primeira vez. Depois, a 22 de Junho, o interrogatório de Enrico Crasso será retomado.

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