Em plena crise vocacional, uma diocese ordenou 70 padres num único fim de semana: trata-se da Arquidiocese de Guadalajara, no México.
Foram tantos novos sacerdotes e tantas famílias presentes que foi impossível reunir todas as pessoas ao mesmo tempo no Santuário dos Mártires Mexicanos: foi preciso realizar duas cerimônias!
A primeira Missa de ordenação foi celebrada no sábado, com 33 ordenandos recebendo o sacramento da ordem, e a segunda foi no domingo, solenidade de Pentecostes, com mais 37 novos sacerdotes. As duas celebrações foram presididas pelo cardeal arcebispo dom José Francisco Robles Ortega.
Não esquecer as origens
Na homilia, o cardeal destacou que os neo-sacerdotes não servem ao mundo, mas a Deus. Ele reafirmou que o Espírito Santo os escolheu para apascentarem o rebanho de Cristo. Dom Robles Ortega também recordou aos novos sacerdotes que eles não devem esquecer as próprias origens:
“O sacerdote não é um anjo, não é um extraterrestre, não é um ser superior, não pertence a uma casta estrangeira. O sacerdote é um homem, escolhido por Deus, tomado por Deus dentre os seus irmãos, os homens. Quando o sacerdote esquece a sua origem, traça uma distância entre ele e a comunidade a quem deve servir, passando a mensagem de que ele é superior e que deveria ser reconhecido e servido. Quando o sacerdote toma essa atitude de superioridade, ele se vê envolvido neste mal que infelizmente afeta a Igreja: o clericalismo”.
Não esquecer que são de Deus
Ao mesmo tempo, dom Robles Ortega reforçou para os 70 padres que eles devem servir aos homens nas coisas que são de Deus:
“É isso que o povo espera do sacerdote: um homem de Deus, um homem que fale de Deus, um homem que seja a presença de Deus entre eles, para experimentar a Sua misericórdia, experimentar a Sua salvação. O sacerdote é tomado dentre os homens e colocado a serviço dos homens, mas não do mundo. Não a serviço do mundo, não com os critérios do mundo. O mundo pode entrar no coração, na mente, em nossa pessoa, em nosso sacerdócio, e pode se apossar de nós e nos fazer esquecer que somos de Deus, para o serviço dos irmãos nas coisas que são de Deus”.
