Por que os líderes mundiais não condenam os massacres contra cristãos na Nigéria? A situação dramática de cristofobia no país mais populoso da África se arrasta sangrentamente há anos e com tamanha gravidade que um bispo nigeriano chegou a resumir o panorama com uma frase chocante: “Estão matando cristãos como frangos“.
Então por que os líderes mundiais não reagem com a necessária ênfase?
Entre os milhões de cristãos que se fazem esta pergunta dentro e fora da Nigéria estão também os engajados na fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que, nesta semana, está convocando “todos os líderes políticos e religiosos do mundo” a condenarem o enésimo massacre perpetrado no país.
O último ataque foi cometido em pleno domingo de Pentecostes, na igreja de São Francisco Xavier em Owo, no estado de Ondo. Criminosos armados invadiram a igreja e abriram fogo, covardemente, contra dezenas de fiéis dentro do templo. Foram assassinadas pelo menos 50 pessoas – o número de mortos ainda não foi confirmado pelas autoridades locais. A mídia nigeriana também relatou explosões nas proximidades da igreja. Circulam pelas redes sociais alguns vídeos estarrecedores que mostram o massacre.
A autoria da chacina está sendo atribuída ao violento bando de pastores nômades da etnia Fulani, que compõem uma seita fundamentalista islâmica. Junto com os também radicais islâmicos do grupo terrorista Boko Haram, os Fulani estão entre os mais sanguinários autores de perseguições e assassinatos de cristãos na África.
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre pediu que os líderes políticos e religiosos do mundo inteiro “condenem de modo firme e explícito o ataque terrorista”, descrito como “mais um na longa lista de crimes contra cristãos” na Nigéria. E completou:
“O país em geral tem sido abalado por episódios de violência, crimes e sequestros que, embora afetem todos os seus grupos étnicos e religiosos, levaram a uma longa lista de grandes ataques à comunidade cristã nas últimas décadas”.
Poucos dias atrás, a AIS havia entrevistado o arcebispo da diocese nigeriana de Kaduna, dom Matthew Man-Oso Ndagoso, que afirmou, sem panos quentes:
“O governo [da Nigéria] falhou completamente conosco; é a ausência de um bom governo que está causando isto. Bandidos, Boko Haram, sequestros, são todos sintomas de injustiça, da corrupção que está no sistema. Se não chegarmos à raiz da questão, lutaremos uma batalha já perdida”.
O Papa Francisco também se manifestou sobre o massacre, oferecendo e pedindo orações pelas vítimas e seus familiares e reiterando o apelo às autoridades para que atuem eficazmente em favor da pacificação.
Enquanto isso, uma pergunta sem resposta continua deixando os cristãos da Nigéria e do mundo inteiro atônitos:
Por que os líderes mundiais não condenam os massacres contra cristãos na Nigéria?
