A velhice tem a a beleza ímpar de “caminharmos para o Eterno”, declarou o Papa Francisco durante a audiência geral desta quarta-feira, 8 de junho, dando prosseguimento à série de catequeses sobre os idosos.
O próprio Francisco, que está com 85 anos, comoveu os fiéis ao caminhar apoiado por uma bengala. Ele tem sofrido dores recorrentes nas pernas há vários meses.
Lamentando o “desprezo da velhice”, o Papa abordou a obsessão da humanidade com o que chamou de “mito da juventude eterna”, refletida nas muitas tentativas de “derrotar a morte” mediante cosméticos e medicamentos que “escondem a idade”. E foi bem claro:
“Bem-estar é uma coisa. Alimentar o mito é outra”.
O Papa também recordou que a vida terrena termina, por mais que nos iludamos com o seu “prazo” para além do natural:
“A vida aqui em baixo é iniciação, não conclusão: viemos ao mundo assim mesmo, como pessoas reais, como pessoas que progridem na idade, mas são reais para sempre”.
E a fé nos traz a perspectiva do tempo em relação com a eternidade:
“A velhice tem uma beleza ímpar: caminhamos rumo ao Eterno. O idoso caminha para a frente, o idoso caminha em direção ao destino, rumo ao céu de Deus; o idoso caminha com a sua sabedoria vivida durante a existência. A velhice, portanto, é um tempo especial para dissolver o futuro da ilusão tecnocrática de uma sobrevivência biológica e robótica, porque se abre à ternura do útero criador e gerador de Deus.
Os idosos são mensageiros do futuro; os velhinhos são mensageiros da ternura, são mensageiros da sabedoria de uma existência vivida. As rugas são um símbolo da experiência, um símbolo da vida, um símbolo da maturidade, um símbolo de ter percorrido um caminho”.
Francisco finalizou:
“Que o Espírito nos conceda a reabertura desta missão espiritual – e cultural – da velhice, que nos reconcilia com o nascimento do alto”.
