Quarta-feira, 15 de Junho de 2022
1 – Como uma flor através de uma fenda, o Bispo de Hong Kong cultiva a esperança
2 – Comboio excepcional: vestígios da cruz do Santo Sepulcro de Jerusalém
3 – A Igreja Católica Irlandesa esforça-se por ter uma conversa consigo mesma
4 – Em Julho, 100.000 pessoas poderão participar num seminário online sobre sinodalidade
5 – Nigéria: os cristãos têm de se envolver nas eleições
1 – Como uma flor através de uma fenda, o Bispo de Hong Kong cultiva a esperança
Numa reflexão publicada no Sunday Examiner, semanário católico de Hong Kong, o bispo do antigo enclave britânico, Dom Stephen Chow, fala das flores que crescem através das fendas como um sinal do “extraordinário poder da vida que vem do Criador”. Esta é uma realidade que ele acredita que deve inspirar Hong Kong e a Igreja local, que está cada vez mais condenada a “uma existência entre as fendas”. “Costumávamos desfrutar de muito espaço e liberdade de expressão”, disse, notando as frustrações, ansiedades, desilusões e até mesmo o exílio escolhido por alguns face ao sentimento prevalecente de que os habitantes de Hong Kong estão “a viver num fosso”. No entanto, pede para não se agarrar ao passado, lembrando-nos que “aceitar o contexto em mudança não significa aprová-lo”. Ele convida os habitantes desta megacidade densamente povoada a darem-se “o espaço interior para discernir”.
Sunday Examiner, inglês
Importantes vestígios do Santo Sepulcro em Jerusalém estão atualmente a ser transferidos do Jardim do Getsémani para o Convento da Flagelação na Cidade Velha, onde irão adornar uma sala no Museu Terra Sancta. Uma operação “titânica”, salienta a Revista Terre Sainte, uma vez que as peças, provavelmente romanas, pesam uma média de 3 toneladas e são extremamente frágeis. Por que estavam no Getsémani? A revista remonta à história destes restos descobertos em 1969 durante um grande projeto de restauração dentro da Basílica do Santo Sepulcro. Muito danificadas, estas peças foram evacuadas da igreja e levadas para o eremitério no santuário do Getsémani. Muitos estudos foram feitos, mas a datação e a origem do conjunto ainda são incertas, entre a Antiguidade e a Idade Média. Enquanto o seu transporte exige um longo trabalho preparatório, o mistério permanece. Para alguns, “toda a história de Jerusalém, todo o sofrimento desta cidade e a sua destruição está contida nestas colunas”.
Terre Sainte Magazine, francês
3 – A Igreja Católica Irlandesa esforça-se por ter uma conversa consigo mesma
No próximo sábado, mais de 100 leigos, religiosos, padres e bispos participarão numa assembleia nacional de um dia da Igreja Católica Irlandesa. O evento será o resultado de uma “consulta nacional sem precedentes” como parte do Sínodo da Sinodalidade, que culminará então em Roma em 2023. “As pessoas ficaram encantadas por serem convidadas, há um sentimento de esperança e energia, e muitos pedem a continuação desta forma sinodal de proceder”, explica o teólogo irlandês Gerry O’Hanlon num artigo de opinião. Contudo, ele explica também que, para muitos, este processo parece quase “demasiado bom para ser verdade”. De fato, a igreja irlandesa ainda está a curar da “ferida aberta dos abusos, uma ferida tanto clerical como institucional, e da sua má gestão pela liderança”, que afetou “inevitavelmente” o processo sinodal. Apesar de vários esforços, “ainda há necessidade de fazer um balanço”, explica o autor. Além disso, “uma esmagadora maioria quer igualdade para as mulheres na igreja […] e uma abordagem inclusiva à comunidade LGBTQI+”, diz o autor. O’Hanlon também reconhece que existem muitos que não concordam com estas propostas e preferem a adesão a formas mais tradicionais. “Isto recorda-nos a necessidade de discernir cuidadosamente a diferença entre simplesmente seguir superficialmente a cultura dominante, num desejo quase desesperado de ser aceito”, reflete o autor.
Irish Times, inglês