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Os “5 passos a mais” da família, segundo o Papa Francisco

Pope Francis during his weekly general audience in saint peter's square - June 22 2022

Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - publicado em 23/06/22

Papa oferece às famílias uma "ajuda a dar 'um passo mais', nem que seja pequeno". "Este é o estilo de Deus", disse o pontífice

O Papa Francisco disse que gostaria que a Igreja fosse para as famílias “um bom samaritano que se faz próximo”. Nesse sentido – falando na abertura do Encontro Mundial das Famílias, no Vaticano, em junho de 2022 –, o Papa ofereceu um pequeno guia aos casais e às famílias para ajudá-las “a dar «um passo mais», nem que seja pequeno”.

1. «Um passo mais» rumo ao matrimónio

Podemos dizer que, quando um homem e uma mulher se apaixonam, Deus oferece-lhes um presente: o matrimónio. Um dom maravilhoso, que contém em si a força do amor divino: forte, duradouro, fiel, capaz de se restabelecer depois de qualquer fracasso ou fragilidade. O matrimónio não é uma formalidade a ser cumprida. Não vos casais para ser católicos «com a etiqueta», para obedecer a uma regra ou porque a Igreja assim o diz ou então para fazer uma festa. Não! Casais-vos, porque quereis fundar o matrimónio no amor de Cristo, que é firme como uma rocha. No matrimónio, Cristo dá-Se a vós para terdes a força de vos dar um ao outro. Por isso, coragem! A vida familiar não é uma missão impossível. Com a graça do sacramento, Deus torna-a uma viagem maravilhosa que se há de fazer juntamente com Ele; nunca sozinhos. A família não é um ideal, belo mas na realidade inatingível. Deus garante a sua presença no matrimónio e na família, não só no dia do casamento, mas ao longo da vida inteira. Apoia-vos todos os dias no vosso caminho.

2. «Um passo mais» para abraçar a cruz

Agradeço-vos, Roberto e Maria Anselma, por nos terdes contado a história comovente da vossa família, particularmente de Chiara [Chiara Corbella (1984-2012), uma jovem italiana que, aos 28 anos de idade, optou por levar a gravidez até ao fim sabendo que seria fatal; N. do R.]. Falastes-nos da cruz, que faz parte da vida de cada pessoa e de cada família. E destes testemunho de que a dura cruz da doença e da morte de Chiara não destruiu a família nem eliminou a serenidade e a paz dos vossos corações. Isto mesmo é visível também nos vossos olhos. Não sois pessoas abatidas, desesperadas e zangadas com a vida. Pelo contrário! De vós transparece uma grande serenidade e uma grande fé. Dissestes: «A serenidade de Chiara abriu-nos uma janela para a eternidade». Ver como ela viveu a prova da doença ajudou-vos a levantar o olhar, não ficando prisioneiros da tribulação, mas abrindo-vos para algo maior: os desígnios misteriosos de Deus, a eternidade, o Céu. Obrigado por este testemunho de fé! Citastes também esta frase que Chiara dizia: «Deus coloca a verdade em cada um de nós, não é possível retorcê-la». No coração de Chiara, Deus colocou a verdade duma vida santa e, por isso, quis salvar a vida do seu filho à custa da própria vida. E como esposa, ao lado do marido, percorreu o caminho do Evangelho da família de forma simples e espontânea. No coração de Chiara, entrou também a verdade da cruz como dom de si mesma: uma vida doada à sua família, à Igreja, ao mundo inteiro. Precisamos sempre de ter diante dos olhos grandes exemplos: sirva-nos Chiara de inspiração no nosso caminho de santidade, e que o Senhor sustente e torne fecundas as variadas cruzes que as famílias carregam.

3. «Um passo mais» rumo ao perdão

O perdão, irmãos e irmãs, o perdão cura todas as feridas; o perdão é um dom que brota da graça com a qual Cristo inunda o casal e a família inteira, quando se deixa Ele agir, quando se volta para Ele. Foi muito bom terdes celebrado a vossa «festa do perdão», com os vossos filhos, renovando as promessas matrimoniais na Celebração Eucarística. Isto traz-me ao pensamento a festa que o pai organiza para o filho pródigo na parábola de Jesus (cf. Lc 15, 20-24). Só que desta vez foram os pais que se extraviaram, não o filho! Os «pais pródigos». Mas também isto é bom, revelando-se um grande testemunho para os filhos. Com efeito eles, ultrapassada a infância, apercebem-se de que os pais não são «super-heróis», não são omnipotentes e sobretudo não são perfeitos. Os vossos filhos viram em vós algo muito mais importante: viram a humildade de pedir mutuamente perdão e a força que recebestes do Senhor para vos levantar da queda. E os filhos têm verdadeiramente necessidade disto! De facto, também eles cometerão erros na vida e descobrirão que não são perfeitos; então lembrar-se-ão que o Senhor nos levanta, que todos somos pecadores perdoados, que devemos pedir perdão aos outros e por nossa vez deveremos também nós perdoar. Esta lição que de vós receberam permanecerá no seu coração para sempre. E, a nós, também nos fez bem ouvir-vos: obrigado por este testemunho de perdão! Muito obrigado!

4. «Um passo mais» rumo ao acolhimento

E esta, no fim de contas, é a dinâmica própria da família. Na família, vive-se uma dinâmica de acolhimento, porque antes de mais nada os esposos acolheram-se mutuamente, como disseram um ao outro no dia do casamento: «Eu … recebo-te a ti …». E depois, ao trazer os filhos ao mundo, acolheram a vida de novas criaturas. E enquanto, nos contextos anónimos, quem é mais frágil acaba frequentemente rejeitado, já nas famílias é natural acolhê-lo: um filho portador duma deficiência, uma pessoa idosa necessitada de cuidados, um parente em dificuldade que não tem ninguém… E isto dá esperança. As famílias são lugares de acolhimento, e ai de nós se deixassem de existir! Ai de nós! Sem famílias acolhedoras, a sociedade tornar-se-ia fria e inabitável. Estas famílias acolhedoras e generosas são de certo modo o calor da sociedade.

5. «Um passo mais» rumo à fraternidade

Na vossa família, expressa-se o ideal da fraternidade. Além de serdes marido e mulher, vivestes como irmãos na humanidade, como irmãos nas várias experiências religiosas, como irmãos no compromisso social. Também esta é uma escola que se aprende em família. Vivendo juntos com quem é diverso de mim, na família aprende-se a ser irmãos e irmãs. Aprende-se a superar divisões, preconceitos, fechamentos e a construir juntos algo grande e belo a partir daquilo que temos em comum. Exemplos vivos de fraternidade, como o de Luca e Zakia, dão-nos esperança e fazem-nos olhar com mais confiança para o nosso mundo dilacerado por divisões e inimizades. Obrigado por este exemplo de fraternidade! E não quero terminar esta lembrança de ambos, tu e Luca, sem mencionar a tua mãe. A tua mãe que está aqui e sempre te acompanhou no teu percurso: aqui vemos o bem que as sogras fazem numa família: as boas sogras, as boas mães! Agradeço-lhe por ter vindo hoje contigo.

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