Continuam a crescer os casos de violência contra cristãos na Índia. Segundo o United Christian Forum (UCF), um organismo que reúne diversas entidades religiosas da Índia, só desde o início do ano já foram registados mais de duas centenas de incidentes, reclamando por isso uma intervenção urgente por parte das autoridades judiciais e de segurança.
No total, e apenas até ao final de Maio, assegura o Forum, foram contabilizados 207 casos, especialmente nos estados de Uttar Pradesh, Chhattisgarh, Jharkhand, Madhya Pradesh e Karnataka.
Estes dados foram obtidos através de uma linha telefónica “de ajuda”, a nível nacional e gratuita. Com este precioso instrumento, foi possível dar voz a pessoas que, provavelmente de outra forma nunca ousariam denunciar situações de abuso e de violência.
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Estes casos, que afectam a comunidade cristã, representam um padrão cada vez mais comum na Índia. Como relata A.C. Michael, o coordenador nacional do UCF, já no ano passado foram documentados também cerca de meia centena de episódios de violência. “Em 2021, o UCF havia documentado 505 casos, com o Natal registando 16 actos de violência, incluindo a profanação e danos de estátuas de Jesus Cristo numa igreja histórica no Estado de Haryana.”
"Estes dados – acrescentou o responsável, citado pela Agência Fides – vão contra as declarações de funcionários do governo federal e dos vários Estados, segundo os quais não há nenhuma perseguição e são apenas alguns incidentes isolados, por parte de elementos marginais.”
A realidade, porém, desmente esses funcionários governativos e o Forum denuncia também a inoperância das autoridades que, muitas vezes, se transformam em espectadores passivos de casos de violência sem nada fazerem.
Sentimento de insegurança
As informações coligidas pelo UCF permitem traçar um retrato da maioria dos casos denunciados e que vão desde situações de brutalidade contra mulheres, encerramento forçado de igrejas, interrupção de momentos de oração e o ostracismo social, visível especialmente nos meios rurais.
O sentimento de insegurança contra os cristãos agravou-se também nos últimos tempos por causa da pandemia do coronavírus e das suas consequências junto das comunidades mais pobres.
(Com AIS)