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Cai significativamente o número de católicos na Alemanha

Crucifixo quebrado

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Francisco Vêneto - publicado em 28/06/22

Controvérsias doutrinais durante o Caminho Sinodal do país são apontadas entre causas da rejeição

Mais um levantamento está indicando a queda significativa do número de católicos na Alemanha, país em que as controvérsias doutrinais durante o assim chamado Caminho Sinodal têm sido apontadas entre causas da rejeição dos fiéis.

As estatísticas anuais consolidadas sobre a Igreja Católica na Alemanha, relativas a 2021, foram publicadas nesta segunda, 27 de junho, pela Conferência Episcopal Alemã.

Números

De acordo com os dados divulgados, os católicos somam hoje 21,6 milhões e representam 26% da população total do país. O número de pessoas que declararam ter saído da Igreja Católica em 2021 na Alemanha foi de 359.338 indivíduos, um recorde histórico: trata-se de 137.948 casos a mais do que no ano anterior, quando já havia sido computada uma perda de 221.390 fiéis.

Por outro lado, o número de fiéis que receberam sacramentos aumentou notavelmente:

  • Batismos: 141.992 em 2021, contra 104.610 em 2020;
  • Primeiras Comunhões: 156.574 em 2021, contra 139.752 em 2020;
  • Casamentos: 20.140 em 2021, contra 11.018 em 2020.

É preciso considerar que, em parte, esta oscilação positiva em 2021 reflete uma recuperação do impacto das restrições sofridas em 2020 à participação presencial dos fiéis, devido à pandemia de covid-19.

O número de conversões, porém, diminuiu:

  • 1.465 pessoas entraram para a Igreja Católica em 2021, contra 1.578 em 2020;
  • 4.116 pessoas foram readmitidas na Igreja em 2021, contra 4.358 em 2020.

“Profundo choque”

Para dom Georg Bätzing, bispo de Limburg e presidente da Conferência Episcopal Alemã, as estatísticas causam “profundo choque”:

“Os números de 2021 mostram a profunda crise em que se encontra a Igreja Católica na Alemanha. Não há nada de bom nisso, e estou – apesar do aumento do número de administração de sacramentos – profundamente chocado com o número extremamente alto de pessoas deixando a Igreja.

E temos que acrescentar a esses números a percepção de que não estão apenas saindo pessoas que tiveram pouco ou nenhum contato com a sua paróquia durante um longo período de tempo, mas também temos um crescente feedback de que pessoas que estavam muito envolvidas nas paróquias também estão dando esse passo”.

Causas

E quais seriam os motivos da queda notável do número de católicos na Alemanha?

Para dom Georg,

“os escândalos dentro da igreja e pelos quais somos amplamente responsáveis são refletidos no número de pessoas que saem”.

No entanto, ele se diz esperançoso:

“Espero que o número de fiéis volte a aumentar assim que superarmos completamente a pandemia. Os números de audiência de milhões on-line ainda não foram incluídos em nossas estatísticas. Mesmo que isto não possa substituir as celebrações vivenciadas em conjunto, esses meios continuarão sendo importantes no futuro”.

Críticos da forma como tem sido conduzido o Caminho Sinodal Alemão acrescentam que uma causa primordial do afastamento de fiéis católicos na Alemanha tem sido a insistência de alguns setores da Igreja no país em militar por mudanças drásticas na doutrina, incluindo alterações substanciais nos ensinamentos sobre as uniões homossexuais, a comunhão para os divorciados, a ordenação sacerdotal de mulheres e o fim do celibato.

Papa Emérito Bento XVI e Papa Francisco preocupados

O Papa Emérito Bento XVI já chegou a contrastar a decadência da Igreja em seu país natal com o fortalecimento da fé católica na Polônia, dizendo que “floresce na Polônia o que está murchando na Alemanha”:

Por sua vez, o Papa Francisco deu a entender, recentemente, que os desvios doutrinais na Alemanha apontam para o risco de uma nova e grave divisão. Ele afirmou que “não precisamos de duas igrejas evangélicas” no país:

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