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México: violência em Chihuaha atingiu níveis alarmantes

MEXICO

@Jesuitas_Mexico

Reportagem local - publicado em 03/07/22

Com o assassinato dos dois padres jesuítas, eleva-se para sete o número de sacerdotes mortos violentamente no México desde Dezembro de 2018

A comunidade cristã mexicana continua em choque com o assassinato a tiro de dois sacerdotes, ambos jesuítas, no dia 20 de Junho, quando procuravam proteger um homem que estava a ser perseguido por traficantes de droga.

O crime, que a Fundação AIS já noticiou, ocorreu na igreja da aldeia de Cerocahui, na cordilheira de Tarahumara, estado de Chihuaha, no México. Os padres jesuítas Joaquín Mora, de 78 anos, e Javier Campos, de 80, foram assassinados enquanto procurava proteger Pedro Palma, de 60 anos, um guia turístico que fugia de traficantes de droga, e que também foi baleado mortalmente. Um terceiro padre jesuíta, que também estava na igreja, acabou por não ser morto pelos traficantes. 

Segundo o secretariado local da Fundação AIS, este terceiro padre jesuíta pediu, sem sucesso, que deixassem os corpos das vítimas no local, mas os traficantes levaram-nos num camião e só seriam descobertos pelas autoridades dois dias depois.

Apelo

A Diocese de Chihuaha diz que este crime foi particularmente doloroso, pois os dois padres jesuítas “estavam a cumprir o seu dever pastoral de proteger e defender a vida”. Num comunicado emitido após o crime, a diocese afirma que “a violência atingiu níveis alarmantes” que exigem “conversão e mudança”, apelando a que todas as pessoas sejam “artesãos da paz, sempre a favor da vida”.

De acordo com a imprensa internacional, o principal suspeito deste crime é José Noriel Portillo, conhecido como ‘El Chueco’, que se presume ser o líder regional dos ‘Los Salazar’, um grupo armado ligado ao Cartel de Sinaloa, que opera as montanhas no sul de Chihuaha. A polícia está a oferecer uma recompensa de 250 mil dólares [cerca de 236 mil euros], por informações sobre o seu paradeiro.

Com o assassinato dos dois padres jesuítas, eleva-se para sete o número de sacerdotes mortos violentamente no México desde que o actual presidente, Andrés Manuel López Obrador, tomou posse do cargo, em Dezembro de 2018.

Perigo

Segundo o director do Centro Católico Multimédia, que tem vindo a monitorizar esta situação, o México continua a ser um dos países mais perigosos do mundo para a Igreja. Esta realidade mereceu palavras de condenação do Papa Francisco que se referiu ao assassinato dos dois padres jesuítas como sendo “uma tragédia”. “Quantos assassinatos no México! Estou próximo com afecto e oração à comunidade católica afectada por esta tragédia. Mais uma vez repito: a violência não resolve problemas, mas aumenta o sofrimento desnecessário”, disse o Papa Francisco perante os peregrinos e fiéis presentes na audiência semanal de quarta-feira, 21 de Junho. 

Entretanto, a Companhia de Jesus no México já fez saber que “exige uma investigação séria a estes crimes e a garantia, por parte das autoridades federais e estatais, da segurança da restante comunidade jesuíta na cidade, composta por mais três jesuítas, e da equipa pastoral da paróquia”.

Tristeza

Também o Padre Arturo Sosa, Padre Geral da Companhia de Jesus, já veio manifestar publicamente a sua emoção e tristeza pela morte violenta dos dois sacerdotes. “Os meus pensamentos e orações estão com os jesuítas no México, e as famílias dois dois jesuítas” assassinados. O Pe. Arturo Sosa acrescentou ainda: “Temos de parar a violência no nosso mundo e tanto sofrimento desnecessário”.

O secretariado mexicano da Fundação AIS também condenou este crime que vitimou os dois sacerdotes e que “enlutou a comunidade católica”, recordando que “as piores violações da liberdade religiosa na América Latina continuam a ocorrer em países com um historial de violações dos direitos humanos”.

(Com AIS)

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