Na última vez que fui à biblioteca pedir conselhos sobre novos conteúdos para “espalhar” pela minha casa, algo maravilhoso aconteceu.
De fato, como folhas coloridas espalhadas em um campo que chamam a atenção,“espalhar” livros recém-adquiridos, revistas, mapas e brinquedos e jogos por toda a a casa cria um ambiente de aprendizado em que a educação e a conexão podem ocorrer naturalmente.
Minha bibliotecária me disse: “Muitas pessoas adoram ler revistas de história e ciências, bem como todas as coisas de não-ficção”, disse ela.
Imediatamente, pensei em todos da minha casa, incluindo meu marido. Então eu chequei uma pilha de revistas de carros, mapas antigos e guias de viagem. Também peguei todas as revistas da National Geographic que pude encontrar. Fui para casa e espalhei esses itens na minha sala.
Meu marido chegou naquela noite e nem sequer pegou o telefone (ele geralmente navega pelo celular por pelo menos meia hora depois do jantar). Em vez disso, ele pegou uma revista e leu sobre a Islândia, enquanto dizia coisas como: “Olha este oceano escuro”, “e esta geleira, não é linda!”. Por fim, ele perguntou: “Você não quer ir lá um dia?”
Sentei-me ao lado dele, suspirando em concordância. Um de nossos filhos subiu em seu colo. Nós três assistimos juntos a cenas vívidas da Escandinávia, compartilhando um momento de admiração em uma noite comum de terça-feira.
Meus adolescentes também liam e conversavam sobre carros. Alguns dos meus outros filhos ficaram sentados no chão ali perto, montando um quebra-cabeça.
A arte de espalhar livros
Devo mencionar que, embora minha bibliotecária favorita tenha aprimorado minhas habilidades para espalhar livros, ela não me apresentou esse conceito. Aprendi a arte de encher minha casa com livros e alguns jogos com Maria Montessori, uma educadora católica do início do século 20 que foi pioneira em métodos de ensino focados no gênio inato de cada criança. Ela deixou um legado de Escolas Montessori, que funcionam por seus princípios de cercar as crianças com um ambiente seguro e fascinante, repleto de oportunidades de aprendizado prático. Essas escolas ainda são populares em todo o mundo.
Um dos meus primeiros trabalhos fora da faculdade foi em uma escola Montessori. É por isso que sou tão defensora do “espalhamento” (strewing). Ultimamente, meus esforços se estenderam ao meu porão, onde recentemente montei uma mesa de pingue-pongue, e ao nosso quintal, onde uma fogueira atrai toda a família para fora e para longe das telas quase todas as noites.
Acima de tudo, uma casa com itens educacionais espalhados com sucesso faz todos evitarem as telas, porque eles já estão dizendo sim para algo mais significativo.
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