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Jovem mais alérgico do mundo morre aos 20 anos, com físico de criança de 10

Vida eterna

thanasus | Shutterstock

Francisco Vêneto - publicado em 07/07/22

"Ele só queria uma vida normal", lamenta o pai. Entre crentes e descrentes, levanta-se a questão: por quê?

O jovem mais alérgico do mundo morreu aos 20 anos de idade, com físico de uma criança de 10 anos. A breve e desafiadora passagem do britânico Paul Braithwaite por este mundo foi caracterizada pela luta contra uma doença debilitante rara chamada gastroenteropatia eosinofílica. O quadro foi diagnosticado quando Paul tinha apenas um mês de vida.

Não tardou para que o seu caso lhe rendesse na imprensa inglesa a descrição de “menino mais alérgico do mundo”, já que a vida de Paul sofria extraordinárias restrições devido às alergias provocadas pela sua doença.

A gastroenteropatia eosinofílica tem ocorrência rara, tanto é que o caso de Paul foi o primeiro registrado no mundo inteiro desde 1906. Quando ocorre, é prevalentemente entre pessoas do sexo masculino. Consiste na infiltração do trato gastrointestional por células de defesa do sangue chamadas eosinófilos. A infiltração, além das pesadas e numerosas alergias, também provoca dores abdominais.

Em decorrência das muitas medicações, o crescimento de Paul foi atrofiado a tal ponto que, aos 20 anos, ele vestia roupas de tamanhos próprios para crianças de 10 a 11 anos.

O quadro que provavelmente mais prejudicava a qualidade de vida de Paul, no entanto, eram as alergias. Sua condição muito incomum de saúde lhe provocava erupções cutâneas caso entrasse em contato com elementos tão simples como a luz do sol, a grama, a maioria dos tecidos, a poeira e os animais. Além disso, o quadro lhe causava frequentes vômitos.

Sua mãe, Kelly, falou dessas dolorosas limitações em entrevista ao jornal The Sun:

“Ele só queria viver uma vida normal. Queria ter um cachorro, queria aprender a dirigir e dar a volta no quarteirão. Ele tinha um conjunto de necessidades muito complexas e lutava a cada passo. Precisou de ambulâncias aéreas, reanimação, terapia intensiva, mas nada o derrubou”.

Kelly também menciona o crescimento anômalo do filho como fator que lhe causava sofrimento:

“Meu filho tinha vergonha da sua aparência e de ser tão pequeno. Mas a coragem dele era inigualável. Ele não pediu para nascer assim. E eu fiz tudo o que pude por ele”.

O pai, Darren, complementa:

“Ele era muito solitário, mas era feliz assim. A vida é muito curta. Tudo o que ele sempre quis foi ser normal”.

Paul Braithwaite partiu deste mundo nesta terça-feira, em Manchester, na Inglaterra. Sua passagem breve e sofrida por esta fase da existência comoveu e inspirou milhões de pessoas e despertou em muitas delas um senso maior de solidariedade.

Para crentes e descrentes, casos como o de Paul também levantam compreensíveis questionamentos sobre o sentido da dor: por que Deus permitiria esse tipo de sofrimento aos próprios filhos?

A respeito desse mistério que deixa muita gente em aparente conflito com a própria fé, confira os seguintes artigos:

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