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Irlandeses se arrependem de ter aprovado aborto

Irlandeses contra o aborto

AP

Francisco Vêneto - publicado em 08/07/22

Muitos cidadãos agora enxergam que foram enganados pela narrativa mentirosa de que a liberação diminuiria os abortos

Os irlandeses estão dando mostras de arrependimento por terem aprovado o aborto no país em 2018, quando dois terços da população referendaram a legalidade de abortar sem necessidade de qualquer justificativa até a 12ª semana de gestação e, em alguns casos, até a 24ª semana.

Neste último 2 de julho, porém, o grande sucesso do evento pró-vida “Rally for Life” mostrou que muitos irlandeses reconsideraram o seu posicionamento a respeito dos direitos do nascituro.

Megan Ní Scealláin, porta-voz do Rally for Life, comenta:

“Sei que até as pessoas que votaram sim [no referendo pró-aborto] estão agora chocadas com o aumento surpreendente da quantidade de abortos. A ministra Mary Butler relatou no parlamento que pelo menos 21.000 abortos foram realizados em apenas três anos, apesar das garantias do governo e de outros que, durante a campanha de revogação da lei anterior, afirmaram que o aborto seria ‘raro’”.

Esta, aliás, é uma das mentiras mais recorrentes dos militantes abortistas: a de que, ao se liberalizar a prática, a quantidade de abortos diminuirá.

As estatísticas de diversos países comprovam o exato contrário.

A legalização do aborto leva mais mulheres a utilizá-lo como “método contraceptivo”, como se viu na Rússia e em outros países da falida União Soviética, como a Estônia: afinal, se uma mulher engravida, ela pode simplesmente recorrer à rede pública de saúde para eliminar seu filho sem qualquer necessidade de justificativa, ainda que ele seja saudável, ainda que ele não tenha sido gerado num estupro e ainda que não haja qualquer risco de vida para a gestante. Simplesmente porque sim. Quem “agradece” muito por esse “progresso”, diga-se de passagem, são os homens irresponsáveis, que podem fazer sexo ainda mais despreocupadamente.

O Uruguai descriminalizou o aborto em 2012 e, segundo a ideologia que o defende, deveria registrar uma “grande diminuição” do número de abortos realizados. Na vida real, porém, os números oficiais apresentados pelo Ministério da Saúde do país continuaram elevados, inclusive com consistente crescimento durante a sequência demonstrada no site do próprio ministério.

A suposta “grande diminuição” também não foi registrada na Espanha, que legalizou o aborto em 2010, nem em Portugal, nem em países que já o legalizaram há décadas, como o Reino Unido ou os Estados Unidos.

O que acontece na prática é a banalização da vida humana, da gravidez e do sexo, que, aliás, já é banalizado por si só em qualquer cultura que o dissocia do amor e do comprometimento. Neste panorama, o aborto tende a se tornar não apenas um “método contraceptivo”, mas também uma prática disseminada de eugenia: basta constatar o aborto sistemático de bebês com síndrome de Down, a ponto de que, por exemplo, na Islândia praticamente já não nascem pessoas com a síndrome porque são assassinadas no ventre materno simplesmente por esta causa.

As tergiversações dos números são recorrentes na militância pró-aborto. Visando a descriminalização, é comum que ativistas inflem as estatísticas de abortos ilegais e de mortes de gestantes como estratégia narrativa para impressionar o público e induzi-lo a achar que existe um imenso número de mortes e abortos ilegais.

É o que os irlandeses começaram a perceber.

Entretanto, os ativistas do aborto querem mais ainda. A porta-voz do Rally for Life denuncia:

“Os eleitores tiveram a garantia de que as mulheres teriam um período de três dias para refletir entre a sua primeira consulta de aborto até que o médico lhes desse a pílula abortiva. E é terrível ver os ativistas pró-aborto agora pressionarem para que esse tempo seja eliminado”.

Por outro lado, a decisão da Suprema Corte norte-americana de reconhecer a inconstitucionalidade da antiga legislação sobre o aborto vem inspirando outros países a repensar sua própria legislação. Megan Ní Scealláin observa:

“A revogação da sentença Roe versus Wade mostra o poder da perseverança e que a cultura pode mudar. Podemos garantir opções melhores para mães e bebês”.

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