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Como pensar na cruz e não querer fugir dela

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Pe. Luigi Epicoco - publicado em 11/07/22

Passar a vida inteira tentando escapar da cruz significa tentar fugir da própria vida

O Evangelho de Mateus diz:

“O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa! Não os temais, pois; porque nada há de escondido que não venha à luz, nada de secreto que não se venha a saber. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. O que vos é dito ao ouvido, publicai-o de cima dos telhados. Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena. Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós. Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.”

Mt 10, 24-33

O que acontecerá conosco no final? Espero que terminemos como Cristo. Esta, definitivamente, não é uma má notícia. Pelo contrário, é um spoiler excepcional que pode nos ajudar a pensar em nossa vida de um ponto de vista radicalmente diferente. 

Terminar como Cristo não significa ser pregado numa cruz. Significa lembrar que “o fim de Cristo” não é a Cruz, mas a Ressurreição.

Passar a vida inteira tentando escapar da cruz significa tentar fugir da própria vida. A cruz não é apenas madeira e pregos. A cruz é a própria realidade, a realidade da minha própria vida, que me prende ao aqui e agora e me impede de fugir. 

Nossas estratégias de fuga são muitas, e insistimos em usá-las porque não conseguimos levar o aqui e agora a sério. Somos como crianças na escola, olhando pela janela, imaginando como seria bom correr alegremente atrás de uma borboleta. 

O que há de errado com isso? Aparentemente, nada. Mas devemos perceber que crescemos não quando paramos de fantasiar, mas quando entendemos que os sonhos precisam de concretude; eles precisam ser fundamentados na realidade. Crescemos quando entendemos que as coisas básicas que aprendemos na escola acabarão nos tornando capazes não apenas de correr atrás de uma borboleta, mas de transformar nossa vida em uma obra-prima. 

Aceitar a cruz

Aceitar a cruz significa acordar para o fato de que, se ao invés de rejeitar a realidade aceitarmos as coisas como elas são e vivermos através delas como Cristo nos ensinou, então essas “cruzes” não serão nosso destino final, mas nossa Páscoa.

O medo se torna nosso destino quando não o enfrentamos. Enfrentar nosso medo significa transformá-lo em algo pelo qual “passamos”, em vez de algo que seja noss “fim”, nosso “destino”. 

As coisas das quais fugimos continuam nos perseguindo. Tudo que enfrentamos, passa. Nesse sentido, devemos nos esforçar e esperar que terminemos como Cristo: passando para a Páscoa.

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