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Líder leiga “católica” do Caminho Sinodal Alemão quer “acesso ao aborto”

Nossa Senhora grávida

Fr Lawrence Lew, O.P.-cc

Francisco Vêneto - publicado em 15/07/22

Federação de jovens "católicos" do país também criticou que os abortos não sejam "totalmente acessíveis"

Irme Stetter-Karp, de 65 anos, é “copresidente” do controverso Caminho Sinodal Alemão, a iniciativa dos bispos da Alemanha que se arrogou a tarefa de revisar a doutrina da Igreja Católica e, supostamente, “atualizá-la”. A polêmica se arma quando, entre as alegadas “atualizações”, há propostas que, de modo militante, deturpam e afrontam explicitamente a doutrina.

É o caso das defesas do sacerdócio feminino, do fim do celibato sacerdotal, da livre comunhão para divorciados e até para não-católicos. E, pasmem, agora aparece até mesmo quem defenda o aborto.

A própria Irme Stetter-Karp, do alto de seu posto como presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães, propõe que o aborto fique “disponível” em toda a Alemanha.

Ela ressalva que a contraditoriamente assim descrita “interrupção voluntária da gravidez” (como se fosse possível pausá-la e retomá-la de onde havia parado) não deve tornar-se um “serviço médico regular”, mas, ainda assim, “deve-se garantir uma provisão da intervenção médica do aborto em âmbito nacional. Isto não acontece hoje porque o atendimento ginecológico está ausente, em particular nas áreas rurais”. As palavras constam de artigo publicado pelo jornal Die Zeit.

O Comitê Central dos Católicos Alemães atua na organização do Caminho Sinodal Alemão juntamente com a Conferência Episcopal do país. Por ser a presidente do comitê leigo, Irme Stetter-Karp é também “copresidente” do Caminho Sinodal.

Alexandra Linder, presidente da Associação Federal para a Vida na Alemanha, deplorou enfaticamente as afirmações de Irme Stetter-Karp. Em declarações à agência católica de notícias CNA Deutsch, Alexandra afirmou que Irme cai em “falsas alegações do lobby do aborto”. A presidente da Associação Federal para a Vida, que também organiza anualmente em Berlim a Marcha pela Vida, pediu que, em vez de abortos, se priorize um “melhor acompanhamento e apoio para as gestantes”. E acrescentou:

“Os números [do aborto] na Alemanha não estão diminuindo. Dá para ver isso claramente nos índices de aborto cada vez mais altos – e isso que, por conta da falta de relatórios mesmo sendo obrigatórios, nem sequer é registrada pelas estatísticas uma proporção maior ainda de abortos”.

O Comitê Central dos Católicos Alemães não é o primeiro grupo autodeclarado “católico” da Alemanha que presta apoio ao assassinato de bebês em gestação, muito embora o Catecismo seja reluzente ao defender a vida humana de modo incondicional desde o instante da concepção até a morte natural.

Em março, quando o governo alemão autorizou a propaganda de clínicas de aborto, a Federação da Juventude Católica Alemã aplaudiu a novidade. Trata-se, como o nome descreve, da entidade que reúne as associações católicas de jovens do país – e a federação de jovens “católicos” ainda criticou o fato de que os abortos não sejam “totalmente acessíveis” hoje em dia na Alemanha.

O país permite o aborto livre até a 12ª semana de gravidez, desde com aconselhamento obrigatório em um centro homologado pelo Estado, além de autorizar abortos posteriores a esse prazo sob determinadas circunstâncias. Em 2020, a Alemanha, com 83 milhões de habitantes, registrou 100 mil abortos – e isso que era o auge da pandemia de covid-19, com restrições severas à maioria dos procedimentos médicos.

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