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Tribunal do Reino Unido autoriza hospital a desligar aparelhos de garoto em coma

Archie-Battersbee

Hollie Dance

J-P Mauro - Reportagem local - publicado em 18/07/22

Há mais de três meses os pais de Archie Battersbee lutam para manter o garoto vivo

O caso de Archie Battersbee, um menino inglês de 12 anos cujos pais lutam para mantê-lo em suporte de vida, pode ter chegado ao fim. Em recurso, a justiça do Reino Unido decidiu que seu suporte de vida (uma série de aparelhos e cuidados para manter o paciente vivo na UTI) deve ser removido.

O que aconteceu com o garoto Archie

Archie Battersbee foi encontrado em casa com uma ligadura no pescoço em 7 de abril de 2022. A família levou o menino às pressas para o hospital, onde os pais receberam o diagnóstico de “morte cerebral”. A família acredita que Archie participou de um “desafio” na internet chamado de “apagão, que incentiva as pessoas a se sufocarem a ponto de desmaiar. 

Após o diagnóstico, o hospital queria remover o suporte de vida de Archie, o que levou seus pais, Hollie Dance e Paul Battersbee, a entrar na justiça contra a decisão. Em primeira instância, a Suprema Corte de Londres concordou com a decisão do hospital, mas a família recorreu.

Nova decisão

Agora, depois de várias semanas discutindo o caso novamente, a justiça decidiu que “é do interesse de Archie remover seu suporte de vida”. O tribunal considerou que as melhorias na condição do garoto “não são possíveis” e que não há “esperança de recuperação”. Os advogados do médico argumentaram que o suporte à vida era “um fardo”, “contrário à dignidade” e “eticamente angustiante” para os médicos que tratam do garoto.

À BBC, a mãe de Archie afirmou: “O coração dele ainda está batendo, ele segurou minha mão e, como mãe, sei que ele ainda está lá. Até que seja a vontade de Deus, não vou aceitar que ele vá embora. Já soube de milagres em que as pessoas têm morte cerebral e voltam à vida.”

Seu coração ainda está batendo, ele segurou minha mão e, como mãe, sei que ele ainda está lá”, disse ela.

“Até que seja a vontade de Deus, não vou aceitar que ele vá embora. Já soube de milagres em que as pessoas têm morte cerebral e voltam à vida.”

Dance afirmou que pretende recorrer da última decisão da Corte. Ela disse que a família discorda “da ideia de dignidade na morte” e que “Archie gostaria que continuássemos lutando”. 

O hospital informou que está dando um tempo para a família decidir se deseja recorrer da decisão antes de fazer qualquer intervenção.

Bioética

O caso está levantando questões morais e médicas sobre quando um paciente deve ser considerado morto. Especialistas em bioética lideram o debate. O Anscombe Bioethics Centre, um instituto que apoia a Igreja Católica no Reino Unido e na Irlanda, divulgou um comunicado em seu site

“Parece extraordinário que questões de vida e morte sejam questões de um equilíbrio de probabilidade e não de determinação além de qualquer dúvida razoável.” O Centro continuou: “A Igreja Católica exige certeza moral da morte – certeza além de qualquer dúvida razoável – antes que órgãos vitais possam ser retirados de um corpo”.

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