A capela de São Miguel em Brasparts (Departamento de Finistère, na França) foi cercada pelas chamas na segunda-feira, 18 de julho de 2022, mas o fogo parou milagrosamente a poucos metros dela. Isso, certamente, se deve ao notável trabalho dos bombeiros, mas também se pode pensar que o Espírito Santo soprou favoravelmente nas laterais do Monte Saint-Michel.
Durante algumas horas, esta pequena capela situada no Parque Natural Regional do Armorique e muito estimada aos bretões esteve no centro da luta para extinguir um incêndio florestal desenfreado.
O Monte Saint-Michel, “Menez Mikael” em bretão, é um dos pontos mais altos da região - a 360 metros do nível do mar. O local tem uma paisagem selvagem, marcada por charnecas de urze (rosa quando estão em flor), pântanos e o lago de Brennilis. É uma terra de lendas, névoa e turfa.
Um lugar de devoção
Este era um local de culto para os druidas. A primeira capela católica foi construída ali em 1.674. Foi consagrada em 29 de setembro de 1.677, dia de São Miguel.
Depois da Revolução Francesa ficou em ruínas, mas continuou a ser um local de devoção. A piedade dos paroquianos de Brasparts justificou a sua reconstrução entre 1.820 e 1.821. A porta poente foi renovada e a torre do sino do século XVII foi reposta. A capela passou por uma restauração em 1.892 e, novamente, em 1.945.
Feita de granito, a igrejinha recebe visitantes há séculos. Os camponeses vão implorar a São Miguel o tempo bom durante a colheita ou a cura para um parente ou amigo doente. No início do século XX, os peregrinos podiam ser vistos andando descalços pelo lugar para pagar promessas.
A festa de São Miguel
Entre 1.915 e 1.918, a festa de São Miguel de Brasparts foi particularmente popular entre os peregrinos que iam até o local rezar pela paz e pelo retorno dos soldados. A festa ainda é comemorada todos os anos.
Sempre aberta
Há dias em que o vento sopra tão forte que só se pode entrar na capela pela pequena porta lateral. Mas a igrejinha está sempre aberta! Acolhe mais de 150.000 visitantes por ano.
Enfim, a capela de São Miguel de Brasparts sempre sobreviveu a ventos, fogos e marés, afinal, não foi São Miguel que matou o dragão?