Renunciar não seria nenhuma catástrofe, declarou o Papa Francisco neste sábado, 30, a bordo do voo que o levava de volta do Canadá para Roma. Ele reiterou que a “possibilidade de afastar-se” existe – mas repetiu que não seria para já.
Quem provocou o assunto, indiretamente, foi a correspondente mexicana Valentina Alazraki. Ela perguntou sobre as futuras viagens do Papa e o impacto das suas limitações de saúde.
Francisco admitiu:
“Acho que não posso ir no mesmo ritmo das viagens de antes. Penso que, na minha idade e com esta limitação, tenho que economizar um pouco para poder servir à Igreja. Além disso, posso pensar na possibilidade de me colocar de lado. Não há nada de estranho nisso. Não é uma catástrofe. É possível mudar o Papa; pode mudar, sem problemas. Mas eu acho que tenho que me limitar um pouco com estes esforços”.
Francisco descartou uma nova cirurgia por causa do que descreveu como “o problema da anestesia”:
“Eu passei por mais de seis horas de anestesia há dez meses e ainda restam vestígios. Não se brinca com anestesia. É por isso que achamos que não é totalmente conveniente. Tentarei continuar viajando e estar perto das pessoas porque acredito que é uma forma de servir: a proximidade”.
De fato, o Vaticano já confirmou que Francisco irá ao Cazaquistão de 13 a 15 de setembro.
Voltando a falar da eventualidade de renunciar, o Papa Francisco afirmou que está à disposição da vontade de Deus:
“Nosso Senhor pode dizer: renuncie. É nosso Senhor quem comanda”.
Até lá, ele não tem intenção de renunciar.
