O famoso milagre de Nossa Senhora das Neves completa 1664 anos hoje, 5 de agosto, festa litúrgica da Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior.
Nesta data, a Igreja celebra a memória da Santa Mãe de Deus venerada na basílica romana que traz o seu nome. É uma igreja toda especial: foi a primeira do Ocidente dedicada a Nossa Senhora e é nela que fica o célebre ícone mariano "Salus Populi Romani", ou Salvação do Povo Romano, que teria sido pintado por ninguém menos que o evangelista São Lucas.
Neve em pleno verão
O verão em Roma costuma ser escaldante. E foi em pleno auge do verão romano, na noite de 5 de agosto do ano de 358, que nevou no local em que a basílica seria posteriormente construída.
Segundo a tradição, um piedoso casal romano do século IV, muito cristão e bastante rico, pedia com grande fervor a Deus a graça de ter um filho. Rezaram durante anos por essa intenção, mas não conseguiam ter o herdeiro tão desejado. Resolveram então nomear Nossa Senhora como sua herdeira e suplicaram que ela sempre os guiasse. Maria então lhes apareceu em visão e pediu que fosse construída uma basílica no Monte Esquilino, uma das sete colinas de Roma: ela indicaria o exato local enviando neve. Quase simultaneamente, Nossa Senhora também apareceu ao Papa Libério com a mesma mensagem. Era o dia 4 de agosto.
No dia seguinte, 5 de agosto, enquanto o sol de verão fulgurava sobre uma Roma abafada, o povo ficou boquiaberto ao ver neve sobre o Monte Esquilino.
O Papa Libério colocou as primeiras fundações da nova basílica, para cuja construção o casal contribuiu com donativos generosos.
Foi depois do Concílio de Éfeso, no qual Maria foi oficialmente reconhecida como Mãe de Deus, que o Papa Sisto III mandou construir a atual Basílica de Santa Maria Maior.
O Milagre de Nossa Senhora das Neves é relembrado anualmente desde 1983 num espetáculo de som e luz, no qual a neve é representada por uma chuva de pétalas brancas lançadas do teto sobre o hipogeu.
É dessa tradição que nasceu a devoção a Nossa Senhora das Neves.
A basílica e os Papas
A basílica de Santa Maria Maior tem profundos vínculos com os Papas.
O Papa Francisco, entre visitas públicas e privadas, já foi dezenas de vezes saudar Maria nesse templo romano, ao qual nunca deixa de ir antes e depois de cada uma das suas viagens pontifícias.
São João Paulo II mandou colocar e manter acesa dia e noite uma lâmpada de óleo sob a efígie da Salus Populi Romani. Em 8 de dezembro de 2001, dia da Imaculada Conceição, ele inaugurou na basílica o Museu de Santa Maria Maior, com obras de arte históricas sobre Maria.