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Acirrada perseguição religiosa esquerdista na Nicarágua

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Vanderlei de Lima - publicado em 28/08/22

Tudo isso assusta os verdadeiros católicos e demais pessoas de boa vontade e as leva a perguntar qual é a raiz remota desse gravíssimo problema?

Talvez, todos já saibam da acirrada perseguição religiosa em curso na Nicarágua. O presidente sandinista Daniel Ortega ataca ferozmente a Igreja Católica: prendeu um bispo – Dom Rolando Álvarez, da diocese de Matagalpa, no norte do país – alguns padres e leigos e fechou emissoras de rádio católicas.

Tudo isso assusta os verdadeiros católicos e demais pessoas de boa vontade e as leva a perguntar qual é a raiz remota desse gravíssimo problema? – Respondemos que muito da perseguição religiosa sofrida pelos fiéis daquele país hoje se deve ao apoio que alguns clérigos e leigos deram, no passado, ao sandinismo, conforme documentado por Julio Loredo de Izcue na sua obra Teologia da Libertação: um salva-vidas de chumbo para os pobres. Lançada na Itália, foi traduzida para o português e publicada, em 2016, pelo IPCO. É nas páginas 348-350 desse alentado livro que se acham alicerçados os pontos oferecidos nos dois parágrafos seguintes.

Cabe dizer que o sandinismo se liga a Augusto César Sandino, o chamado “general dos homens livres”, a se levantar contra o então presidente nicaraguense Anastácio Somoza, apoiado pelos Estados Unidos. Logo foi criada a FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) que, com o tempo, de esquerdista passou a ser também comunista e, por isso, apesar das muitas propagandas, não conseguia o apoio dos católicos do país. Era preciso, portanto, conquistá-los. Qual seria a isca? – As Cebs (Comunidades Eclesiais de Base) nascidas na Igreja como filhas da Teologia da Libertação marxista.

É o sociólogo Johanes Van Vugt quem declara: “A revolução nicaraguense foi bem sucedida devido às comunidades eclesiais de base. Essas comunidades formaram uma rede de mobilização favorável à insurreição, utilizando métodos de conscientização para politizar as massas a fim de lançá-las contra o regime [de Somoza]. [As CEBs] ofereciam uma justificativa para a revolução, compatível com a fé católica. As CEBs forneceram militantes e líderes à Frente Sandinista de Libertação Nacional” (p. 349). Assim, os revolucionários de viés comunista chegaram ao governo, no ano de 1979, e hoje se voltam contra a Igreja, como já é esperado onde eles galgam o poder.

Isso posto, tenha, de modo amplo, a palavra Dom Agnelo Rossi, cardeal brasileiro falecido em 1995, ao escrever que “os teólogos da Libertação pouco falam da sociedade futura, mas repõem suas esperanças em um socialismo democrático, que se quiséssemos saber qual é o seu figurino, nos responderiam: Nicarágua. É verdade que não diriam Rússia e seus satélites, embora tenham embarcado na libertação de análise marxista” […]. 

“Mas na Nicarágua, a situação é diferente, dirão alguns que para lá viajam frequentemente, suponho às custas da ‘opção pelos pobres’. Outros chegaram a endossar, com alegria, as divisas militares sandinistas (eles que demonstram horror pelos militares!). Nicarágua é proposta como uma nova e feliz mensagem de libertação para toda a América Latina […]. Que elementos da hierarquia católica tenham apoiado o sandinismo, em tempos difíceis de ilusória esperança liberacionista de um regime injusto, se entende. Mas que ainda hoje, caída a máscara do sandinismo, e em face de sua oposição à Roma, ao Papa, com uma Igreja Popular, haja prelados a fazer a opção sandinista, assumem uma gravíssima responsabilidade contra o povo fiel, que devem guiar para o bom caminho! Diante do histórico e patente mito da libertação marxista e do paraíso proletário (não precisaria, então, ser cercado como é ainda que em um campo de concentração!), vê-se que esses clássicos lutadores pela libertação dos pobres, não são amigos da liberdade dos indivíduos. Os seus direitos pessoais, a começar da liberdade religiosa, não têm vigência nos países dominados pelo marxismo, ponto final da análise marxista” (Verdade, erros e perigos na Teologia da Libertação in Felipe Aquino. Teologia da Libertação. Lorena: Cléofas, 2003, p. 95).

Ante tudo isso, a pergunta é: haverá um “mea culpa” dos que, num passado não tão distante, entre os católicos, apoiaram Ortega, o seu sandinismo marxista ou outro programa de governo filo comunista no exterior ou no Brasil? – A palavra está com eles!

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