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Bispo desmascara falso argumento pró-aborto usado por políticos que se dizem católicos

Bom Robert Barron desmascara falsos argumentos pró-aborto

Antoine Mekary | ALETEIA

Francisco Vêneto - publicado em 30/08/22

Dom Robert Barron repudiou declarações “repulsivas” de Joe Biden a favor do aborto

O bispo dom Robert Barron, da diocese norte-americana de Winona-Rochester, desmascarou um falso argumento pró-aborto usado por políticos que se dizem católicos, como é o caso do presidente democrata dos Estados Unidos, Joe Biden.

Qualificando de “repulsivas” as declarações do presidente em favor da prática, o bispo observou, em vídeo publicado no YouTube, que o mandatário adota uma postura escorregadia: por um lado, “Biden afirma a sua crença pessoal, como católico, de que a vida humana começa na concepção e, portanto, o aborto é moralmente errado”; por outro lado, “ele sempre foi rápido em acrescentar que não está disposto a usar a lei para impor essa convicção pessoal a ninguém”.

Este é um falso argumento pró-aborto usado recorrentemente por diversos políticos que se dizem católicos.

Dom Barron desfaz a falácia com clareza:

“Opor-se ao aborto não é questão de doutrina: é uma conclusão do raciocínio moral e das descobertas da ciência objetiva”.

O bispo enfatiza que a defesa da vida se alicença em um fato biológico: a obviedade de que a vida começa na concepção. E reforça: esta é “a base de um argumento contra o aborto que pode e deve ser feito na esfera pública: claramente não é um dogma do catolicismo”.

No tocante à falácia de quem se declara católico, mas diz não querer “impor” suas convicções aos outros, dom Barron desmascara o uso enviesado da palavra “impor”:

“Estou muito cansado da maneira como o presidente e seus aliados usam o termo ‘impor’. Repetidamente eles dizem alguma versão de ‘não estou disposto a impor minhas crenças aos outros’. As leis não sugerem: elas impõem. Esta é a natureza das leis. Por trás de toda lei verdadeiramente justa, existe algum princípio moral: preservar a vida, estabelecer maior justiça, proteger os pobres promovendo o bem comum etc.

Podemos dar um basta àquela postura tola que foi articulada pela primeira vez pelo governador Mario Cuomo há 35 anos e que depois vem sendo repetida por muitos políticos católicos: a do ‘eu pessoalmente me oponho ao aborto, mas o apoio publicamente’. Não é uma convicção nascida do dogma, e sim do raciocínio moral. É completamente incoerente afirmar que é possível manter a posição privadamente, mas não a defender publicamente. Isto seria análogo a alguém dizer no século XIX que, embora pessoalmente achasse a escravidão abominável, não faria nada para eliminá-la ou para impedir a sua propagação”.

Dom Barron desmascarou o persistente recurso do presidente Biden a essa falácia:

“Ele afirma que se opõe ao aborto porque o considera moralmente errado, mas, várias vezes, da maneira mais direta e até contundente, ele se esforça para torná-lo mais acessível, mais aceitável e mais legalmente defendido”.

O bispo norte-americano recordou o caso de Abraham Lincoln, que se dizia contra a escravidão, mas não se opôs diretamente a ela; no entanto, apoiou a sua extinção gradual.

“Se nosso atual presidente estivesse mesmo convencido, como afirma estar, de que o aborto é errado, se ele tivesse dado passos na direção de pelo menos reduzir a prática, ou se pudesse ter encontrado palavras positivas sobre a decisão Dobbs, que ao menos dá aos estados o direito de restringir o aborto, eu poderia ver isso no modo Lincoln. Mas ele segue em frente defendendo a política pró-aborto mais radical que se possa imaginar”.

A decisão judicial a que dom Barron faz menção é a que foi tomada em junho deste ano pela Suprema Corte dos Estados Unidos no caso Dobbs versus Jackson: a decisão reconheceu a inconstitucionalidade de uma sentença anterior, a famosa Roe versus Wade, que, em 1973, tinha legalizado o aborto em todo o território dos EUA com base em uma farsa.

Desde que a Suprema Corte derrubou a velha e equivocada lei do aborto, porém, Joe Biden tem feito o máximo esforço para voltar a promover a prática – inclusive assinando uma ordem executiva que contraria a decisão da Suprema Corte.

O próprio Papa Francisco declarou, recentemente, que a postura de Joe Biden quanto ao aborto é “incoerente” para quem se diz católico.

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