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EUA: deputada “católica” pró-aborto diz que restringir aborto é pecado

Nancy Pelosi diz que é pecado não permitir o aborto

Alex Wong | Getty Images | AFP

Francisco Vêneto - publicado em 01/09/22

Nancy Pelosi soltou a sua doutrina particular sobre o "pecado do não-aborto" em mesa redonda numa universidade

A deputada democrata norte-americana Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, é, autodeclaradamente, uma ativista da causa pró-aborto e, também autodeclaradamente, embora com óbvia incoerência, uma mulher “católica”.

Suas posições públicas de ferrenha defesa do aborto já lhe renderam a proibição de comungar na arquidiocese de São Francisco, mas, optando pela afronta à medida tomada pelo arcebispo dom Salvatore Cordileone, comungou mesmo assim.

Não contente, a deputada agora deu para fazer declarações sui generis sobre aborto e pecado; não para finalmente reconhecer que o extermínio proposital de um bebê em gestação é o assassinato de um inocente, mas sim, pelo contrário, para afirmar que seria pecado impedir o aborto. É a inversão de valores no mais literal dos exemplos.

A peculiar “doutrina Pelosi” sobre o “pecado do não-aborto”

Durante um discurso em 26 de agosto, Nancy Pelosi afirmou “é simplesmente pecaminoso” que as restrições ao aborto sejam, segundo ela, “um ataque tão grande às mulheres de cor e às mulheres e famílias de baixa renda”. A deputada democrata acrescentou que “é errado que possam dizer às mulheres o que acham que as mulheres deveriam fazer com suas vidas e seus corpos” e concluiu, novamente em tom “teológico”, que “a injustiça de tudo isso é pecaminosa”.

Pelosi soltou sua doutrina particular sobre o pecado numa visita ao campus da Universidade da Califórnia em Mission Bay, onde participou de uma mesa redonda sobre o que se chama eufemisticamente de “saúde reprodutiva”. A discussão girou basicamente em torno da recente decisão da Suprema Corte dos EUA que anulou a inconstitucional sentença Roe versus Wade, que, em 1973, baseando-se em uma farsa, havia liberado o aborto em todo o país.

A deputada abortista acusou:

“Encorajados pela Suprema Corte radical, os republicanos extremos do ‘Make America Great Again’ estão infligindo uma dor inimaginável às mulheres e às suas famílias. Na verdade, atualmente, as mulheres americanas não são mais tão livres quanto as mães e as avós delas”.

A narrativa de Pelosi foi seguida pela de outra deputada democrata que também se diz católica, Jackie Speier, que declarou:

“Ter um governo federal que impõe a gravidez, uma gravidez forçada pelo governo, vai contra todas as liberdades pessoais que estão na base do nosso país”.

Observe-se a repetitiva narrativa falaciosa da “gravidez imposta”: a lei não obriga ninguém a engravidar, mas garante que, uma vez que um bebê foi concebido, o seu direito à vida seja reconhecido e respeitado. Como existem suficientes previsões tanto legais quanto morais para os casos de risco de vida da gestante ou do nascituro, o alegado cenário de uma “gravidez imposta” só é sustentável como narrativa.

A “católica” Speier se disse a favor, ainda, de ampliar o acesso às pílulas abortivas.

O que diz a verdadeira doutrina católica

O Catecismo da Igreja Católica deixa claro que a condenação do aborto não é mera intransigência, mas necessária decorrência do fato biológico de que um bebê em gestação é uma pessoa humana em seus estágios iniciais de desenvolvimento, bem como do fato da moral natural de que “a vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção”.

O Catecismo explicita que, “desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável à vida”.

No tocante a quem pratica o aborto, o mesmo Catecismo esclarece que “a Igreja não pretende restringir o campo da misericórdia; simplesmente manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade”.

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