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Novo governo da Colômbia impediu país de condenar perseguição anticatólica da Nicarágua

Gustavo Petro lidera o governo de esquerda na Colômbia

@gustavopetrourrego

Francisco Vêneto - publicado em 01/09/22

Ausência da Colômbia em reunião da OEA foi ordem de Gustavo Petro, recém-eleito como o primeiro presidente de esquerda do país

O novo governo da Colômbia impediu o país de condenar formalmente a perseguição anticatólica perpetrada pela ditadura da Nicarágua.

Segundo reportagem da TV Caracol, o recém-eleito presidente Gustavo Petro, o primeiro de esquerda na história colombiana, determinou que o país não participasse da reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) que condenou a perseguição da Nicarágua contra a Igreja Católica. A reportagem foi veiculada pelo programa Notícias Caracol em 28 de agosto.

Dezenas de países de todo o planeta têm condenado abertamente as ações opressivas do regime de Daniel Ortega na Nicarágua. O ex-guerrilheiro de esquerda intensificou os ataques à Igreja a partir de 2019. Só em 2022, ele já expulsou a congregação das Missionárias da Caridade, fechou diversos meios de comunicação católicos, determinou assédio policial contra paróquias e, após um cerco que durou 15 dias, prendeu o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, bem como outros padres, seminaristas e leigos católicos.

A reunião do Conselho Permanente da OEA na qual faltaram a Colômbia e a própria Nicarágua aconteceu em 12 de agosto, com a presença, portanto, de 32 dos 34 países membros. Na ocasião, os países presentes aprovaram uma resolução de “veemente condenação” ao “fechamento forçado de organizações não governamentais” e às “restrições arbitrárias contra organizações religiosas”, bem como ao assédio contra as “vozes críticas ao governo e suas ações”.

A resolução foi aprovada por 27 votos a favor, 1 contra (São Vicente e Granadinas) e 4 abstenções (El Salvador, Honduras, Bolívia e México, todos governados pela esquerda).

Em 14 de agosto, o representante da Colômbia apontado por Petro junto à OEA, Luis Ernesto Vargas, alegou não ter ido à reunião porque não tinha ainda apresentado as suas credenciais para assumir o cargo.

A reportagem da TV Caracol consultou o vice-ministro de Assuntos Multilaterais, Juan José Quintana, e lhe perguntou se foi emitida uma ordem para que a Colômbia não participasse da sessão de 12 de agosto. Quintana confirmou que sim:

“Após consulta às autoridades pertinentes, a respectiva instrução foi transmitida à Missão Permanente junto à OEA. A decisão tomada foi devidamente consultada com o ministro das Relações Exteriores. As razões pelas quais foi tomada a decisão sobre a não participação da Colômbia na sessão do conselho permanente de 12 de agosto estão relacionadas com aspectos sensíveis da política externa, que são confidenciais”.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Álvaro Leyva, divulgou comunicado em 30 de agosto alegando que a ausência da Colômbia “se deveu a razões estratégicas e humanitárias, e não ideológicas”.

Em 16 de agosto, o senador colombiano Mauricio Giraldo declarou que o chanceler deve comparecer perante o Congresso e responder pelas omissões do novo governo esquerdista da Colômbia “em relação à violação de direitos humanos e à perseguição religiosa” que acontece hoje sob a ditadura da Nicarágua.

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