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A diocese que suspendeu a obrigatoriedade da Missa dominical por falta de padres

Missa

Luis Angel Espinosa LC | Cathopic

Francisco Vêneto - publicado em 05/09/22

Além da falta de padres, faltam também pessoas nas equipes paroquiais - e mais preocupante ainda: faltam até fiéis

Roermond, nos Países Baixos, chamou as atenções de católicos do mundo inteiro na última semana como “a diocese que suspendeu a obrigatoriedade da Missa dominical” por falta de padres. A triste notícia se aplica especificamente às paróquias de Limburgo.

Monsenhor René Maessen, vigário geral da diocese, comunicou as paróquias, por carta, que a Missa dominical não é mais obrigatória para os fiéis da diocese.

As dioceses têm a prerrogativa de levantar excepcionalmente esta obrigatoriedade em face de circunstâncias extremas. Foi o que aconteceu também durante a pandemia de covid-19, quando as severas restrições à liberdade de movimento dos cidadãos de dezenas de países impossibilitou a participação presencial nas celebrações eucarísticas e, em diversos casos, até mesmo a participação online.

Agora, mesmo depois de normalizada a liberdade de movimento nos Países Baixos, o caso é que as paróquias da província de Limburgo simplesmente não conseguem mais garantir a celebração semanal da Eucaristia porque não há sacerdotes suficientes.

Além da falta de padres, faltam também pessoas nas equipes paroquiais. E mais preocupante ainda: faltam até fiéis.

Os Países Baixos estão, há muitos anos, entre as nações de mais acelerada secularização em todo o planeta. A pouca participação católica nas Missas já é uma realidade há tempos, tanto que, em algumas dioceses, os fiéis de várias paróquias têm de se juntar para uma só Missa dominical conjunta. Confira esta matéria de 2013:

Este panorama acarreta consequências também econômicas: os aumentos bruscos dos custos do aquecimento a gás e da eletricidade, em decorrência da guerra da Rússia contra a Ucrânia, tornaram inviável a adequada manutenção das igrejas para o minúsculo número de fiéis que frequentam as Missas e colaboram com as paróquias. Sobre este ponto, o vigário geral observa:

“As razões financeiras nunca devam ser um item principal em questões pastorais. No entanto, elas não podem ser desconsideradas”.

Apesar da gravidade do cenário, ainda assim o comunicado deixa claro que as paróquias só devem adotar a medida se não tiverem nenhuma outra solução.

Mas outras soluções parecem remotas no momento. Pior: o cenário atual se mostra como a ponta de um iceberg, e, no médio prazo, a tendência é que algumas igrejas acabem tendo que ser simplesmente fechadas. Mons. Maessen lamenta:

“[Este pode ser] um primeiro passo para o fechamento de uma igreja”.

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