Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 19 Abril |
Aleteia logo
Estilo de vida
separateurCreated with Sketch.

Demissão silenciosa: o que está por trás deste fenômeno no mercado de trabalho

Este artigo é exclusivo para os membros de Aleteia Premium
shutterstock_377904673.jpg

Syda Productions | Shutterstock

Ricardo Sanches - publicado em 06/09/22

Movimento, que ganhou força nas redes sociais, é um alerta aos gestores e empresários

Nas últimas semanas, o termo “demissão silenciosa” (do inglês quiet quitting) se espalhou pelas redes sociais, impulsionado por hashtags e vídeos que viralizaram no TikTok.

A princípio, a expressão gerou certa confusão. Muitos empregadores chegaram a pensar que se tratava daquele antigo comportamento de falta de comprometimento dos empregados que, por estarem descontentes com o trabalho, mal desempenham suas tarefas e entram em compasso de espera pela demissão, a fim de receber as verbas rescisórias a que não teriam direito se pedissem as contas.

Porém, o termo “demissão silenciosa” designa um movimento que vai além desse comportamento. É, de fato, um meio que os empregados, sobretudo os jovens da Geração Z, encontraram de mostrar sua insatisfação com a rotina e as exigências em excesso que muitas empresas adotam hoje em dia. É também um sinal de cansaço, um pedido de socorro em nome do equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, bem como a preservação da saúde mental dos jovens profissionais das mais diversas áreas.

Características dos adeptos à demissão silenciosa

Os adeptos à “demissão silenciosa” assumem características contrárias aos chamados workaholics, ou seja, os viciados em trabalho. Eles fazem apenas o que a função exige. Nada além disso. Os profissionais que aderiram ao movimento não vão responder mensagens fora do expediente, tampouco fazer horas extras para entregar aquele relatório que o chefe pediu. Levar trabalho para casa? Nem pensar!

Eles também não cedem às pressões por metas, tampouco entram na onda de uma competição pela produtividade. Competição que, na maioria das vezes, só beneficia a empresa.

Tudo isso tem um propósito: não permitir que o trabalho seja um gatilho de infelicidade ou o causador de doenças mentais. Só para se ter ideia, em 2019 a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a síndrome de burnout (o esgotamento profissional) como doença ocupacional. Em 2021, segundo pesquisa do Grupo Adecco, uma empresa suíça de recursos humanos que atua em 60 países, 38% dos profissionais ouvidos afirmaram que enfrentaram algum sintoma de burnout e que o esgotamento e o estresse aumentaram durante a pandemia.

Um alerta para os empregadores

O movimento “demissão silenciosa” se apresenta como um alerta aos gestores, diretores e empresários. Estes jovens trabalhadores estão mostrando claramente que os ideais de propósito, felicidade e motivação no trabalho não podem ficar apenas no discurso corporativo, como comumente acontece em muitas organizações.

Esta geração, ao contrário de outras, reconhece e rejeita qualquer tipo de falácia, além de ser suficientemente corajosa para pular fora de qualquer engodo empresarial ou profissional. Na linguagem deles, somente o discurso “não cola mais”.

É preciso ir além. E não basta apenas colocar mesa de pingue-pongue para eles jogarem durante o expediente ou criar uma área de descompressão com puffs confortáveis, bebidas à vontade e paredes coloridas. Não! O que a geração da “demissão silenciosa” busca, de fato, é a mudança da cultura empresarial, com foco em uma gestão mais humanista e de cuidado com os colaboradores.

A cultura do cuidado

Uma das formas de promover a cultura do cuidado no ambiente de trabalho, é colocar Deus no centro da empresa. Isso é o que o apostolado internacional HWAW (His Way At Work, ou seja, “À Maneira d’Ele no Trabalho”) vem desenvolvendo. Trata-se de um esforço no sentido de transformar a cultura empresarial numa colaboração com o trabalho de Deus.

A metodologia promove o amor a Deus e ao próximo dentro do ambiente do trabalho por meio dos valores cristãos e de uma série de programas que promovem o cuidado autêntico das pessoas. Assim, gera-se uma cultura que permite aproximar o coração dos empresários e os dos seus colaboradores.

Como resultado, os trabalhadores passam a ter melhor qualidade de vida, enquanto, na empresa, gera-se um clima de confiança e produtividade entre todo o quadro profissional que a compõe.

E estes dois itens: qualidade de vida e valores pessoais condizentes com os profissionais têm tudo a ver com a plataforma do movimento “demissão silenciosa”.

Este artigo é exclusivo para os membros Aleteia Premium

Já é membro(a)? Por favor,

Grátis! - Sem compromisso
Você pode cancelar a qualquer momento

1.

Acesso ilimitado ao conteúdo Premium de Aleteia

2.

Acesso exclusivo à nossa rede de centenas de mosteiros que irão rezar por suas intenções

3.

Acesso exclusivo ao boletim Direto do Vaticano

4.

Acesso exclusivo à nossa Resenha de Imprensa internacional

5.

Acesso exclusivo à nova área de comentários

6.

Anúncios limitados

Apoie o jornalismo que promove os valores católicos
Apoie o jornalismo que promove os valores católicos

Tags:
qualidade de vidaTrabalhoValores
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia