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Qual é a igreja do Padre Kelmon, candidato à presidência do Brasil?

Padre Kelmon
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Francisco Vêneto - publicado em 12/09/22
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Partido apresenta chapa formada por padre e pastor, mas não há vínculo com a Igreja Católica

Qual é a igreja do Padre Kelmon, candidato à presidência do Brasil? A pergunta tem sido formulada por muitos eleitores do país ao saberem que o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) lançou a sua chapa formada por um padre e um pastor.

O padre em questão é o baiano Kelmon Luís da Silva Souza, de 45 anos.

Sem vínculo com a Igreja Católica

Embora o termo "padre" costume evocar o sacerdócio católico para grande número de brasileiros, este não é o caso de Kelmon, que não tem vínculo com a Igreja Católica Apostólica Romana.

Alegações sobre ordenação ortodoxa

Ele próprio se apresenta como "padre ortodoxo". No entanto, diversos portais de notícias reportam que ele não faria parte da comunhão das Igrejas Ortodoxas do Brasil. É o caso do site Poder360.

Matérias de vários outros veículos, publicadas pouco após o anúncio da candidatura de Kelmon à presidência, remetem aos conteúdos de uma reportagem publicada em 2021 pelo site esquerdista Brasil de Fato, que o acusa de ser um "estorvo para os quilombolas".

Este site, por sua vez, se baseia em reportagens do portal Farol da Bahia, que afirma que Kelmon não teria comprovado a sua ordenação: segundo este veículo, o diácono Genê, "representante da Catedral Ortodoxa Antioquina de São Paulo e de todo o Brasil", teria declarado que Kelmon "nunca pertenceu a uma igreja ‘de verdade’, canônica".

Em resposta, Kelmon divulgou nas suas redes sociais algumas fotos do que descreveu como o dia da sua ordenação "na capela dedicada à Theotokos na chácara pertencente aos Melkitas". A ordenação, segundo o próprio Kelmon, teria ocorrido em São Paulo em 2015. O Farol da Bahia, porém, afirma ter solicitado documentos que comprovem a ordenação e acrescenta não tê-los recebido. Segundo matéria do portal Yahoo!, Kelmon celebraria "missas e batismos" na Bahia.

O PTB descreve Kelmon como "padre ortodoxo cristão e conservador" e informa que ele faz parte da liderança do Movimento Cristão Conservador do PTB e do Movimento Cristão Conservador Latino-Americano. A foto do candidato para a urna eletrônica o mostra vestindo uma bata preta e carregando um crucifixo.

Substituto de Roberto Jefferson

Kelmon era candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Roberto Jefferson, que teve sua candidatura cassada em 1º de setembro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Corte o julgou inelegível até 24 de dezembro de 2023, baseando-se na sua pena determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, quando Jefferson foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão pelo seu envolvimento no caso "Mensalão".

A pena terminaria em 2019, mas foi extinta em 2016 por decisão do ministro Roberto Barroso, que aplicou efeitos de um indulto concedido em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff (PT). No entanto, o perdão não anulou efeitos secundários da condenação, como a inelegibilidade.

O PTB anunciou que não pretende recorrer; em vez disso, pediu o registro da candidatura de Kelmon e do pastor Luiz Cláudio Gamonal.

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