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O ser humano tem sede de Deus

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Tonktiti | Shutterstock

Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 13/09/22

A busca por Deus faz parte da natureza humana, está em nossa essência, é antropológica

Nesta semana, celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz, dia 14 de setembro, e na quinta-feira, dia 15, Nossa Senhora das Dores. Pode parecer estranho celebrar um a cruz e o sofrimento, mas a festa não é isso! Devemos dar um passo além, pois Jesus amou-nos tanto que deu sua vida por nós.

Foi uma entrega, Deus tornou-se humano para vencer a última barreira: a morte. A cruz está vazia, Jesus Ressuscitou e é isso que celebramos, esse amor que vai até as últimas consequências. E nós, criaturas, somos atraídos por esse amor.

O homem tem sede de Deus

O ser humano, a natureza humana tem sede de Deus. Esta é uma verdade que temos que aceitar, nossa alma tem fome de Deus, tem sede de Deus. Nossa natureza humana busca o Seu Criador. Isso não tem relação com as teorias de onde, como ou quando surgiu o ser humano. Todo ser humano é um desdobramento de Deus. Quando nós falamos que Deus nos fez à sua imagem e semelhança é o mesmo que dizer que Deus nos fez como parte Dele.

E é interessante perceber que o ser humano, independente de todas as análises, todo estudo feito sobre o Gêneses, todas as teorias, é um ser feito de uma matéria e, a partir de uma intervenção de Deus, esse ser humano tomou a consciência. O ser humano se tornou racional, fato esse que não aconteceu com os outros animais.

Muitas são a teorias, mesmo partindo do princípio de que o homem descende de algum animal. Houve um princípio e chegou o momento e é o momento de Deus, onde este animal deu um salto qualitativo, deu um salto que os outros não deram até hoje, um salto para a razão, um salto para a consciência, um salto para a percepção da sua existência. Isso é inegável, isso é latente para todos nós.

Saudade do Criador

Não vamos discutir o Gêneses. Se foi de barro, se foi o hálito, o ruah, o sopro da vida, que são imagens simbólicas de uma verdade incontestável num determinado momento, não se sabe como nem quando, nem de que forma, Deus o Criador interveio. Isso nos faz perceber que somos o que somos, porque Deus quis assim. Somos o que somos, porque Deus nos fez, portanto, nós somos uma extensão de Deus, um derramamento de Deus e por mais que alguns não aceitem, nós temos saudades do Criador.

Está em nossa natureza, em nossa essência, em nossa matéria. Então, quando dizemos “tenho saudades de Deus”, “tenho fome de Deus e eu anseio por Deus” é antropológico, é da natureza.

O Salmista expressa esse nosso grande anseio: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando voltarei a ver a face de Deus?” (Sl 42,3). Depois da criação, ninguém mais viu a face de Deus e o grande anseio é encontrar essa face.

Busca e encontro

A vida é busca e encontro. Nossa grande busca é Deus, Ele é o amado de nossa alma, como diz São João da Cruz, num dos seus poemas espirituais: “Buscando meu Amor, meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar. Já não tenho outro ofício, só amar é o exercício. Solidão povoada, presença amorosa do Amado. Viver ou morrer, sem Ele eu não quero ser”!

Busquemos encontrar Deus e Ele se deixará encontrar. O próprio Deus nos diz, através do profeta Jeremias: “Vocês me procurarão e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29,13).

Que Nossa Senhora das Dores nos ajude nessa busca e encontro, com a certeza de que a vitória vem depois da cruz.

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