separateurCreated with Sketch.

Patriarca não foi: representante ortodoxo russo fala só 15 minutos com Papa

Papa com representante do patriarca de Moscou
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Francisco Vêneto - publicado em 15/09/22
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Já o Papa fez questão de ir, mesmo em cadeira de rodas devido às fortes dores no joelho

O patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa Russa, frustrou o aguardado encontro com o Papa Francisco que poderia ter acontecido nesta quarta-feira, 14. O aliado de Vladimir Putin não compareceu ao encontro de líderes religiosos mundiais realizado no Palácio da Paz e da Reconciliação em Nur-Sultan, a capital do Cazaquistão.

Já o Papa, mesmo em cadeira de rodas devido às fortes dores no joelho que o afetam persistentemente há meses, fez questão de ir pessoalmente ao evento que reuniu autoridades das principais religiões do mundo com o objetivo de enfatizar o seu empenho em favor da paz e do diálogo.

De fato, na manhã desta quarta, os líderes religiosos se reuniram para uma oração silenciosa e, logo em seguida, participaram da abertura e da sessão plenária do congresso inter-religioso.

O Papa Francisco se reuniu com outros líderes cristãos, judeus e muçulmanos, como o patriarca ortodoxo de Jerusalém, Theophilos III, os rabinos israelenses David Baruch Lau e Yitzhak Yosef e o professor Ahmad Muhammad Al-Tayyeb, grão-imã de Al-Azhar, centro sunita de estudos islâmicos no Egito que serve como referência para 80% dos muçulmanos de todo o mundo.

Com a chamativa ausência de Kirill, o Papa Francisco teve um encontro privado com um representante da Igreja Ortodoxa Russa, o metropolita Antonij de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou.

Segundo a Santa Sé, o encontro durou cerca de 15 minutos. O metropolita o descreveu como "cordial" e declarou que o Papa "enviou saudações ao patriarca Kirill". Antonij também disse ter falado com o Papa sobre "a numerosa presença da Igreja Ortodoxa Russa no Cazaquistão" e afirmou que o Papa "demonstrou interesse".

Sobre um futuro encontro de Francisco e Kirill, Antonij declarou que "existe a possibilidade, mas o encontro deve ser bem preparado" e que "o mais importante é ter algo no final, algum chamado, como fizemos em Havana". A referência é ao breve encontro histórico entre Francisco e Kirill ocorrido na capital de Cuba em 12 de fevereiro de 2016, quando os dois líderes assinaram uma declaração conjunta.

Um segundo encontro entre os dois líderes religiosos havia sido cogitado para ocorrer na metade deste ano em Jerusalém, mas, segundo Antonij, ele "foi cancelado pela Santa Sé". O que aconteceu foi que a diplomacia vaticana recomendou a Francisco, na ocasião, que adiasse o encontro para evitar instrumentalizações políticas, dado o contexto da então recentemente iniciada guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Depois disso, Francisco criticou a postura de Kirill como aliado de Putin, o que foi mal recebido pelo patriarca. Antonij declarou que "expressões deste tipo não são úteis para a unidade entre os cristãos", mas acrescentou que "devemos seguir em frente".

Newsletter
Você gostou deste artigo? Você gostaria de ler mais artigos como este?

Receba a Aleteia em sua caixa de entrada. É grátis!

Aleteia vive graças às suas doações.

Ajude-nos a continuar nossa missão de compartilhar informações cristãs e belas histórias, apoiando-nos.