Segunda-feira, 3 de Outubro de 2022
1Na Ucrânia, o pouco espaço de manobra de Francisco
"Moscou ouve atentamente o que o Papa Francisco diz, mesmo que o Kremlin esperasse palavras muito mais próximas das suas posições", diz Myroslav Marynovych, vice-reitor da Universidade Católica de Lviv, numa entrevista à Radio Maria. O especialista em relações entre religião e sociedade e ativista dos direitos humanos explica porque pediu a mediação do Papa em Junho passado para a libertação dos prisioneiros: a troca de prisioneiros continua a ser "uma prioridade", porque "as condições de detenção na Rússia incluem várias formas de tortura: como resultado, todos os dias de prisão se transformam em inferno". Ele assegurou que esta é também a prioridade do pontífice, que "certamente não pode encorajar o envio de armas". Contudo, ele explica que o chefe da Igreja Católica tem pouco espaço de manobra: "A guerra atual não é nada como a crise cubana de 1962, quando a ação de João XXIII impediu o pior. Tanto os EUA como a URSS não queriam um confronto militar e congratularam-se com a intervenção do Papa. Para a Rússia de hoje, o conflito é uma alavanca política. Putin podia silenciar as armas num piscar de olhos, mas cada vez mais força o mundo a aceitar as suas regras do jogo. Neste momento, "Francisco só pode apelar à razão e à compaixão, elementos que não têm qualquer influência sobre Putin, que é movido por um desejo de vingança e um espírito imperialista", acrescenta Myroslav Marynovych. O especialista salienta também que "o medo reforça o agressor" e que "enquanto a Rússia não desistir da ideia de reintegrar a Ucrânia na sua órbita, as negociações não passarão de uma farsa". Em suma, "hoje, amar os russos significa ajudá-los a abrir os olhos para os crimes que cometeram".
Radio Maria, italiano
2Alerta do presidente da Associação Dominicana de Jornalistas e Escritores sobre os nicaraguenses que foram assassinados
"Nós, leigos católicos dominicanos, contemplamos com grande preocupação a perseguição do governo da Nicarágua, liderado por Daniel Ortega, contra a Igreja Católica neste país irmão", escreve José Gomez Cerda, presidente da Associação Dominicana de Jornalistas e Escritores. No seu artigo, discute o conflito aberto entre o ditador Daniel Ortega e a Igreja Católica, uma crise que se intensificou com a prisão, em Agosto último, de um bispo nicaraguense. Mas este não é o único acontecimento trágico, uma vez que o governo de Ortega também expulsou do país as Missionárias da Caridade, fechou muitas estações de rádio diocesanas e prendeu outros padres por serem considerados críticos do regime, lamenta José Gomez Cerda. Além disso, as autoridades "têm continuado a violar os direitos de reunião e associação e a liberdade religiosa. Só este ano, cancelaram o estatuto legal de 1.112 organizações de direitos humanos e associações profissionais", disse, antes de recordar o apelo dos bispos do país a rezar intensamente para pedir a Deus a graça de deter a perseguição que os impede de viver e expressar a sua fé na paz e na liberdade. E concluiu com esta mensagem vibrante: "Bem-aventurados são os nicaraguenses que foram assassinados, presos, deportados e perseguidos pela ditadura de Daniel Ortega, por terem defendido a sua Igreja Católica."
Acento, espanhol
3E TAMBÉM NA IMPRENSA INTERNACIONAL…
ONU pede ao Vaticano que investigue Dom Ximenes Belo
Acusado de cometer abusos sexuais contra menores nos anos 80 e 90, Dom Ximenes Belo, que ganhou o Prémio Nobel da Paz de 1996 pelo seu trabalho em Timor Leste, foi sancionado em 2020 pelo Vaticano. De acordo com a agência AP, a porta-voz da ONU apoia uma investigação para lançar luz sobre este caso.
AP, inglês
O aspecto econômico do Jubileu de 2025
A cidade de Roma prepara-se para acolher milhões de peregrinos para o Jubileu de 2025. Um evento que terá repercussões econômicas significativas.
La Repubblica, italiano
A diplomacia vaticana na Ásia Central
Duas semanas após a viagem do Papa ao Cazaquistão, um longo artigo publicado em The Diplomat analisa como a diplomacia do Vaticano pretende agir nesta região do mundo.
The Diplomat, inglês