Diz o Evangelho de Lucas que alguém se aproximou de Jesus e perguntou-lhe:
“Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna?”
O doutor da Lei que faz esta pergunta o faz essencialmente para testar Jesus. No entanto, somos gratos de qualquer forma, porque por causa desta pergunta Jesus nos deu a parábola do Bom Samaritano. Na verdade, o que Jesus realmente quer dizer é muito simples: Experimentamos a vida eterna quando experimentamos a compaixão.
A história que ele conta é construída sobre o silêncio ensurdecedor da pessoa que realmente deveria ser o protagonista, ou seja, o homem infeliz que é roubado e deixado no chão “meio morto (Lc 10,30). Ao longo da história, este homem não diz uma única palavra. Ele nem sequer pede ajuda, não agradece, não faz realmente nada. Esta é a condição na qual podemos vir a nos encontrar em certos momentos da vida quando somos tão provados por acontecimentos, que não queremos rezar, não temos vontade de fazer nada e nos falta força para tudo.
O que acontece quando estamos totalmente desamparados? O Senhor para e faz algo por nós, ainda que não tenhamos nem mesmo a fé ou a força para Lhe pedir. Somos amados além de nossa capacidade de acreditar neste amor.
Mas Jesus também quer acrescentar outro ensinamento, uma consequência da gratuidade com que somos amados: quando você perceber que foi amado desta maneira, então não permaneça o mesmo. Espalhe o amor que você recebeu! Comporte-se como Deus, amando com compaixão e gratuidade aqueles que você encontra na vida – especialmente aqueles que você parece encontrar totalmente por acaso no caminho de sua existência.
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